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Querido Telefone (1977), de Peter Greenway, na mostra especial


D
iscutir as relações nesses tempos de novas mídias é objeto da mostra especial Foco, que tem como tema Por um Fio, exibida dentro do 16o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. São 19 curtas de dez países, incluindo obra de Peter Greenway, produzida em 1977, Querido Telefone, em que o toque de telefones públicos é justaposto a biografias e relatos de relacionamentos; além de Três Poemas de Spoon Jackson, sobre a difícil comunicação do cineasta sueco Michel Wenzer com o poeta-presidiário norte-americano Jackson. Outro destaque é a vinda ao Brasil para o festival dos diretores Thomas Vinterberg, que apresenta seu curta O Menino que Andava para Trás, premiado em Clermont-Ferrand e em Toronto, integrando o programa especial 10 anos de Dogma – um estilo subversivo de fazer cinema criado na Dinamarca nos anos 90 por Vinterberg e Lars Von Trier –; Avi Mograbi, com o recente Detalhe, que recebeu prêmios nos festivais de Bilbao, Milão e Praga; e o excêntrico cineasta inglês Phil Mulloy – definido pela crítica como artista raro, que satiriza os anseios e medos da civilização – com a trilogia Intolerância, apresentada pela primeira vez no País, composta pelos curtas Intolerância 1, A Invasão e Solução Final, vencedor de prêmios em festivais da Finlândia, Polônia e Alemanha. Também estão na programação filmes que receberam importantes premiações como o ucraniano Caminhantes, de Igor Strembitsky, que ganhou a Palma de Ouro de melhor curta no Festival de Cannes 2005, Ryan, do canadense Chris Landreth, vencedor do Oscar 2005 para curta de animação; e o escocês Leite, de Mackie Burns, premiado com o Urso de Ouro de melhor curta no Festival de Berlim 2005, entre outros.

A Mostra Internacional vem com forte presença africana, com filmes da África do Sul, Burkina Fasso, Marrocos, Nigéria, Senegal, Zimbábue e Haiti. Ainda na seção, Instruções para uma Máquina de Luz e de Som, do austríaco Peter Tscherkassky, que recupera trechos de filmes de faroeste aproximando-os da tragédia grega, considerado o melhor filme experimental no Festival de Vila do Conde (Portugal) deste ano; além de Sem Título (Noruega), dirigido pelo cineasta experimental Anja Brejen (que vem ao Brasil), e Tudo à Venda, do australiano Andrew Kotatto, estrelado por Hugo Weaving (o Agente Smith da trilogia Matrix). E na Mostra Latino-Americana são 33 produções, com muitas estréias em São Paulo: +30-29 (Colômbia), de Cristian Corradine, Outros Carros (Argentina), de Javier Horacio Alvarez, Esfera (México/Espanha), de Luis Felipe Hernández Alanis, e 1000 Pesos Colombianos (México), de David Aristizabal Mora (que também participa do festival).


man.road.river, do brasileiro Marcellvs L., premiado na Alemanha

Produção brasileira

São 111 filmes da nova sofra, incluindo as seções Panorama Brasil 2004/2005 (com o Mundo é uma Cabeça, de Cláudio Barroso e Bidu Queiroz, documentário sobre o movimento mangue beat, com depoimentos de músicos como Chico Science, e Eletrodoméstica, novo filme de Kleber Mendonça Filho, que tem sua primeira exibição pública no festival, entre outros); a segunda edição de Curta o Formato – destaque para man.road.river, de Marcellvs L, que conquistou o Prêmio Principal do Festival de Oberhausen (Alemanha), O Dia em que o Bambu Quebrou no Meio, de Arthur Muhlenbérg e Pedro Asbeg, feito durante o velório de Bezerra da Silva, e o experimental Quimera, de Erik Rocha, com colaboração do artista plástico Tunga –; e ainda Cinema em Curso, com a produção de cursos regulares de cinema e de universidades – entre elas a USP.

Da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP participam Entre Amigos, de Márcio Vianna e Rica Saito, sobre um casal que tem sua privacidade interrompida com a chegada de uma amiga; Vigia, de Célio Franceschet e Tati Fujimori, um vigia de um edifício que recebe uma estranha visita; Espeto de Pau, de André Queiroz e Vitor Brandt, sobre a escolha de um presente para um ator pornô; Suíte Anonimato, de Heloisa Ururahy e Julia Zakaia, abordando os fetiches. A escola ainda participa do Crítica Curta, que visa a estimular a reflexão sobre obras de curta-metragem, ampliando a formação acadêmica e a produção de textos sobre o audiovisual brasileiro, que serão publicados em formato tablóide, sob a coordenação do jornalista Sérgio Rizzo; e o Kino Cabaret, evento especial que inclui a produção de um filme durante o dia e projeções à noite em um ambiente de bar, contando com a presença, além dos alunos da ECA e da Faap, de realizadores canadenses, entre eles François Tremblay e Marie-Élaine Chénier, e brasileiros, como André Kapel Furman e Cecília Araújo.


O ucraniano Caminhantes, de Igor Strembitsky, vencedor em Cannes


Ainda estão programados a palestra “Title Design”, com o curador alemão Dirk Steinknler, que vai explicar a evolução dos créditos de abertura de filmes, ilustrada por 28 filmes famosos como Psicose, A Pantera Cor-de-Rosa, Corra Lola Corra, entre outros; uma série de workshops, que abordam a distribuição digital para cinema, inovações para processos de ampliação ótica, intermediação digital e produção de filmes de baixo orçamento com som Dolby (inscrições de 26 a 28 de agosto, das 11h às 20h, no Museu da Imagem e do Som); e o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Documentários (ABD) que vai reunir realizadores de documentários. E muito mais!

O 16o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo começa na quinta e vai até 3 de setembro, em oito salas da capital: MIS (Auditório e Sala Multimídia), Espaço Unibanco, Cinesesc, Centro Cultural São Paulo, Sala Cinemateca, Cinusp e Faap. Depois a mostra vai para o Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Campinas e São Carlos. A programação completa está no site www.kinoforum.org.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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