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Hugo Possolo vive personagens urbanos que riem de seu próprio desespero em Prego na Testa; e Espetáculo hiper-realista de Sangue na Barbearia, com Darson Ribeiro e Antonio Petrin

Fábula, neuroses, crises existenciais e clowns

São quatro novos espetáculos em cartaz nas unidades do Sesc. Apontado por críticos como um dos melhores espetáculos do Festival de Teatro de Curitiba, Por Elise é a primeira montagem do grupo mineiro Espanca!, com texto da diretora (e também atriz) Grace Passô. É uma fábula contemporânea sobre pessoas comuns, cercadas de situações irônicas e bem-humoradas, que revelam as contradições do comportamento humano – entre as cenas, um cão que late palavras e um superlixeiro (sábados e domingos, às 19h, até 9 de outubro).
Grande sucesso nos Estados Unidos, o texto Pounding Nails in the Floor with My Forehead

de Eric Bogosian ganha montagem brasileira com o título Prego na Testa e traz Hugo Possolo (dos Parlapatões, Patifes e Paspalhões) em seu primeiro espetáculo solo, interpretando nove personagens, como um mendigo e um diretor de filmes pornográficos. Mestre em expor o ridículo da neurose urbana, o autor norte-americano lança um olhar cáustico sobre a vida desses personagens e sua impotência diante da realidade das grandes cidades; com tradução e direção de Aimar Labaki, que situou aspectos da realidade brasileira (sextas, às 21h, sábados e domingos, às 20h, até 2 de outubro).
Sangue na Barbearia é inspirado livremente em textos dos dramaturgos argentinos contem-porâneos Griselda Gambaro (Dizer Sim) e Carlos Gorostiza (O Acompanhamento). É uma tragi-comédia em dois atos que se passa em uma barbearia, colocando em foco as preocupações existen-cialistas de dois homens: na primeira parte, um aspirante a ator obcecado pelo teatro decide se isolar; e na segunda ele se transforma em cliente da barbearia, conversando com o barbeiro e seu melhor amigo em um encontro – verdadeiro ou não – que promove um embate sobre o que realmente vale a pena quando a questão é viver. Concepção, direção e atuação de Darson Ribeiro ao lado do ator Antonio Petrin. Com cenário de Ulisses Cohn, que traz uma bancada móvel com espelho e uma cadeira de barbeiro, em um chão recoberto por fibra de coco imitando os cabelos; e movimentação cênica de Sandro Borelli (sextas, às 20h, e sábados, às 19h, até 10 de outubro).
E Muito Barulho por Quase Nada, encenado pelo grupo Clowns de Shakespeare, que tem como marca as releituras lúdicas da obra do bardo inglês. Uma comédia de erros que conta a história de duas paixões: o amor romântico e idealizado de Cláudio e Hero, e a afiada troca de farpas entre Benedicto e Beatriz; no entanto, os amantes são vítimas de um plano maquiavélico de d. John, irmão bastardo do príncipe d. Pedro. Começa no escuro, com barulhos que vão ganhando corpo e formando o caos para mostrar as conquistas, desilusões, amores e brigas. O espetáculo comemora os dez anos do grupo e tem direção de Eduardo Moreira (do Grupo Galpão, de Belo Horizonte) e Fernando Yamamoto (um dos fundadores dos clowns) – em cartaz até 9 de outubro, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h.
Por Elise e Prego na Testa, respectivamente, no Galpão 1 e no Teatro do Sesc Belenzinho (av. Álvaro Ramos, 915, tel. 6602-3700), com ingressos a R$ 15,00; Sangue na Barbearia no Auditório do Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400), com ingressos a R$ 6,00; e Muito Barulho por Quase Nada, no Teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3234-3000), com ingressos a R$ 20,00.

 

 

 

Ensaios e Invenções e bodas

A Cia. São Jorge de Variedades, dirigida por Georgette Fadel, comemora sete anos de existência e revisita seu repertório, mas de forma inovadora: no formato de ensaios abertos, acompanhados por um “artista-provocador”, que conduzirá um debate no final da temporada de cada peça. A primeira a ser remontada é Pedro, o Cru, que se passa no século 14, contando a história do rei Pedro, adorado por seu povo, mas que trai os juramentos feitos a seu pai e vinga-se dos matadores de sua amada Inês de Castro e, para espanto de todos, exuma o corpo e a coroa rainha de Portugal. Integra o Projeto São Jorge Menino do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e faz temporada até 30 de outubro – dia também do debate com Iná Camargo Costa, professora da USP –, sábados, às 19h, e domingos, às 18h, no Teatro Ventoforte (r. Brig. Haroldo Veloso, 150, tel. 3078-1072, Itaim Bibi). No mesmo local também está em cartaz a montagem do grupo Teatro Ventoforte para o texto de García Lorca, Bodas de Sangue – um drama que trata de uma fuga onde o ciúme e paixão assumem metaforicamente a luta pela terra – que já recebeu o Prêmio Shell de Teatro São Paulo em sua 17a edição nas categorias melhor cenário e música (sábados, às 21h, e domingos, às 20h, até 9 de outubro). Ingressos gratuitos (para os ensaios abertos) e R$ 10,00 (Bodas de Sangue).

 

 

 


A corrupção também no universo acadêmico

Querida Helena

Montada na Rússia e na Europa, essa peça inédita de Ludmilla Razoumovskaya (pouco conhecida no Brasil) ganhou tradução de Tatiana Belinky e direção de Iacov Hillel. Com Eliana Guttman

como a professora Helena e mais quatro atores que interpretam estudantes capazes de fazer tudo para obter o resultado de uma prova para o ingresso no ensino superior. Cenários e figurinos de José de Anchieta. Querida Helena estréia nesta sexta, no Teatro Aliança Francesa (r. General Jardim, 182, Vila Buarque, tel. 3129-5730). Apresentações sextas, às 21h30, sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Ingressos: R$ 30,00, com meia-entrada.

 

 

 


Paródia do texto de Oswald de Andrade

A Morta

Também estréia nesta sexta a peça A Morta, com texto de Oswald de Andrade e direção de Marcelo Lazaratto (formado pela ECA/USP). É uma paródia lírica da Divina Comédia, de Dante, na qual o Inferno é representado pelo País do Indivíduo, o Purgatório pelo País da Gramática e o Paraíso

pelo País da Anestesia; os três percorridos pelo poeta em busca de sua musa, Beatriz, que ao longo de sua trajetória se confronta com a arte clássica e de vanguarda. A montagem é do grupo Ouziazoi de Teatro e está em cartaz no Espaço Contraponto (r. Medeiros de Albuquerque, 55, Vila Madalena, tel. 3814-3769). Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h, até 3 de dezembro. Os ingressos custam R$ 10,00.

 

 

 

Latino-americanos

O projeto Parada das Maravilhas, com direção de Ednaldo Freire, vai realizar todas as sextas-feiras, sempre às 20h, leituras de textos de autores de doze países, apresentando um panorama da dramaturgia latino-americana, além de contar com apresentações de espetáculos, cursos e debates. Nesta semana acontece a leitura de Membros Ausentes, do argentino Ariel Barchilón, que mostra o reencontro, 20 anos depois, entre dois músicos com um terceiro integrante do ex-conjunto de música folclórica, hoje um importante membro do governo (com Canhoto Laboratório das Artes da Representação, dirigido por Alexandre Mate). Também reestrearam os espetáculos Noite dos Assassinos, de José Triana (Cuba), com direção de Hugo Villavicenzio (sábados, às 21h) e Ubu Presidente, de Juan Larco (Peru), direção de Alexandre Mate (domingos, às 19h). O projeto vai até dezembro e faz parte da ocupação 3 em 1 do Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima, 94, Consolação, tel. 3256-9463). Grátis; ingressos a R$ 10,00 para as peças.

 

 

 

Reflexos de Cena

A série Encontros da Dramaturgia, do projeto Reflexos de Cenas do Sesc Consolação promove nesta semana uma discussão acerca da criação da dramaturgia em processos de formação de atores da Escola Livre de Teatro – espaço de pesquisa cênica que existe há 15 anos, em Santo André. Na abertura, segunda, às 20h, acontece o lançamento dos Cadernos de ELT, que traz como tema A Dramaturgia Contemporânea é a que se faz aqui e agora. Na terça, leitura de Catalão-Macaubal, uma narrativa feita através de relatos de comunidades do Catalão; na quarta e quinta, são interpretados sete textos (quatro na quarta e três na quinta) de Nô Caminho – 7 Passos para Dentro, baseados no Teatro Nô Japonês; e sexta, leitura de Narrativas de Passagem, inspiradas na morte. Sempre às 20h, seguidas de debates, no Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3234-3000). Os ingressos são gratuitos, sendo necessário retirar senha com meia hora de antecedência.

 

 

 

Preso na Rede

Estréia nesta sexta o texto do inglês Ray Cooney, no Teatro Popular do Sesi. Preso na Rede é uma comédia de costumes que trata das peripécias de um motorista de táxi que tem duas famílias, que desconhecem a existência uma da outra, até que seus dois filhos adolescentes (um de cada casa) se conhecem pela Internet e marcam um encontro – e ele precisa fazer tudo para impedir. A temporada vai até 11 de dezembro, quartas, quintas e sábados, às 20h, sextas, às 21h, e domingos, às 19h. O teatro fica na av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405. Ingressos: R$ 15,00 e R$ 7,00 (sextas e sábados), nos demais dias a entrada é gratuita, com retirada de ingressos três horas antes.

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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