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Esperando Godot

O clássico texto do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1969, ganha nova tradução do professor de Teoria Literária da USP, Fábio de Souza Andrade. Esperando Godot (Editora Cosac Naif, 240 págs., R$ 48,00) traz a obra-prima, originalmente escrita em francês, durante o pós-guerra, que mostra a espera e a angústia de dois maltrapilhos, Vladimir e Estragon, que, dia após dia, atendem ao chamado

de um certo senhor Godot, que nunca vem ao encontro marcado. A edição conta ainda com uma compilação de fotos das montagens mais importantes dos principais colaboradores do autor, entre eles o diretor Roger Blin e o artista plástico Alberto Giacomett, e ainda sugestão de leituras de textos “obrigatórios”, adiantando ainda a edição de quatro volumes da correspondência, que reúne mais de 2.500 cartas, atualmente em preparação pela Emory Universtity (Atlanta, Geórgia), com publicação prevista para 2006, centenário de nascimento do autor.

 

 

 

Os Suicidas

O escritor argentino Antonio Di Benedetto, contemporâneo de Jorge Luís Borges, começa a ganhar reconhecimento mundial. Publicado pela primeira vez em 1969, seu romance Os Suicidas (Editora Globo, 168 págs., R$ 32,00) foi traduzido por Maria Paula Gurgel Ribeiro e traz prefácio, especialmente escrito para a obra, do escritor Luis Gusmán, consagrado nome da ficção na Argentina. A narrativa ágil é realizada em pequenos fragmentos para contar a história de um jornalista que pouco antes de

completar 33 anos começa a recordar o suicídio do pai, e ainda precisa escrever uma matéria sobre suicidas. A editora ainda vai publicar outros dois romances – El Silenciero e Zama, que terão prefácio do escritor Juan José Saer, além de outros dois livros de contos. A organização da coleção é de Ana Cecília Olmos, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, especializada em literatura argentina.

 

 

 

História da Ópera

Assim como nos nove títulos anteriores da coleção publicada pela Editora Perspectiva – o último foi A Ópera nos Estados Unidos e o próximo será As Óperas de Richard Strauss – o ensaísta e crítico de música Lauro Machado Coelho não se limita à história da ópera. O novo título da coleção A Ópera Inglesa (440 págs., R$ 72,00) vai além do estudo da produção operística nas Ilhas Britânicas. O percurso começa

no século 17, segue para a fase conhecida como Renascença Musical Britânica, na passagem do século 19 e 20 (com os autores Vaughan Willians, Rutland Boughton, entre outros) e dá especial atenção às obras contemporâneas, principalmente a de Benjamin Britten, maior compositor inglês dos últimos três séculos – segundo Lauro Machado Coelho, embora praticasse todos os gêneros, era antes de mais nada autor de música vocal, e um homem de teatro, e sua obra Peter Grimes, um divisor de águas na história da música britânica. Dentro desse cenário, ainda aparecem Maxwell Davies, Taverner, Mark-Anthony Turnage e Thomas Adès.

 

 

 

Sartre duas vezes

São duas reedições que chegam ao mercado no ano do centenário de nascimento do autor de A Náusea. O primeiro, Sartre no Brasil – A Conferência de Araraquara (Editora Unesp, 116 págs., R$ 20,00) mostra a passagem de Jean-Paul Sartre pelo Brasil em 1960, quando o filósofo francês reexamina o pensamento marxista e o movimento de intervenção dos intelectuais brasileiros na realidade do país atinge seu ápice, logo depois abortado pelo regime militar. Essa edição bilíngüe traz a Conferência de Araraquara, na qual Sartre discorre sobre a relação entre filosofia, pensamento e ação, a partir de uma pergunta feita pelo professor Fausto Castilho – resumidamente, “é possível superar a Filosofia em realizá-la?”. Também traz comentários de Antonio Candido, José Aluysio Reis de Andrade, Paulo Sérgio Pinheiro e Jorge Nagle.
O outro livro, O Seqüestrado de Veneza (Cosac Naif, 102 págs., R$ 38,00) reúne dois ensaios de Sartre, publicados originalmente em revistas: “Veneza, de minha janela” (Verve, fevereiro de 1953) e o “Seqüestrado de Veneza” (Les Temps Modernes, novembro de 1957), com tradução de Eloísa Araújo Ribeiro. No primeiro, ele descreve com muito lirismo a luminosidade aquosa da cidade, mas não trata da coloração da pintura veneziana e sim de sua influência na literatura, trazendo impressões de viagem de um turista. Já o segundo é uma reflexão sobre a vida e obra do pintor Jabopo Robusti, o Tintoretto (filho de um tintureiro, que lhe rendeu a alcunha), que atuava de forma pouco ortodoxa no meio artístico – burlava as regras dos concursos e executava cópias melhores do que os originais – para Sartre um “campeão do liberalismo”.

 

 

 




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