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O renomado DJ Spooky, do circuito underground nova iorquino, se apresenta na terça, às 20h Idades, jogo virtual criado por artistas espanhóis, na estação Trianon do Metrô


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á seis anos, o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) apresenta o que de mais novo vem sendo realizado no campo das artes eletrônicas e digitais.
Nesta edição são cerca de 300 artistas com trabalhos que vão da net art e cinema interativo à robótica e instalações sonoras. O File começa nesta segunda e segue até 20 de novembro, ocupando a Galeria de Arte, Teatro e Mezanino do Sesi. Como novidades traz o File Nômade, com a instalação Transfers, do norte-americano Matt Roberts – no interior de um táxi, que vai circular pelas ruas de São Paulo (somente desta terça a sábado, das 14h às 18h, em frente à Galeria de Arte do Sesi), traz um GPS que alimenta o computador de bordo com dados como velocidade e direção; e o File Metrô, na estação Trianon, com a instalação Idades, dos artistas espanhóis Antonio Urquijo de Simon, Jordi Puig Vilá, Daniel Desiderio Paez Castillo, Carolina Padilla Villarraga e Philip Morris – é uma rede formada por instalações modulares, em que o espectador, ao se aproximar de uma câmera, tem sua silhueta transferida para um jogo virtual, interferindo no movimento de uma bola.

Assim como nos outros festivais, os destaques são os trabalhos interativos e eletrônicos on-line e off-line de mais de 200 artistas, incluindo 19 instalações, entre elas Totem Sonique, instrumento acústico criado pelo artista canadense Martin Leduc, que é tocado com as mãos dentro de uma caixa de vidro cheia de água, irradiando luzes conforme as freqüências, Silverfish Stream, da colombiana Constanza Silva, um ambiente de robótica e áudio, no qual pequenas esferas se movem através de sensores de presença, e ainda dos brasileiros Sandro Canavezzi (com a interface VOID) e Giselle Beiguelman (De Vez em Nunca, vídeo que se decompõe pela ação do público). Há também outras três, dentro da sala de cinema interativo – iStoryBox, do alemão Florian Thalhofer, um pool de seus filmes interativos (ele também apresenta 13o andar, co-direção de Kolja Mensing); Les Éternels, do francês Jean-Marc Munerelle, que cria a possibilidade de contar uma história interativa ou acompanhar os personagens de uma história (reproduzida em um ciclo fechado); e Oeille, da francesa Alexandra Mélot, um cubo com espaço para três visitantes de cada vez, com trilha sonora através de fones e seqüências de cenas escolhidas por controle remoto.

E falando de cinema, o Hipercinematividade reúne uma série de filmes de importantes laboratórios da Europa e Estados Unidos. Do Reino Unido, Ian Flitman apresenta Hackney Girl, um diário que possui uma variedade interminável de cortes e versões com nuances da mesma narrativa: uma história de amor entre o artista inglês e Yasemin Güvenç, uma jovem atriz turca que volta para Istambul para trabalhar, e é acompanhada por Hackney (é virtualmente impossível ver a mesma versão duas vezes). E ainda entre os destaques, as produções brasileiras: 17 Life Fables, de Charly Braun e Matias Guisado, um filme live-action, com atores que interpretam as histórias de livros do tipo “escolha sua própria aventura”: a trama começa e subitamente é interrompida para que o espectador decida entre duas opções, interrompida novamente e mais duas opções, e assim sucessivamente até que se chegue a um dos 16 finais possíveis; e O Tempo Não Recuperado, de Lucas Bambozzi, resultado de uma busca de imagens viodeográficas, registradas ao longo de 15 anos e transpostas para formatos de narrativa não-linear e interativa (é possível dar novos sentidos e configurações às imagens).

Imagens viodeográficas em De Vez
em Nunca, vídeo degenerativo
de Gisele Beiguelman

Les Éternels, do francês Jean-Marc Munerelle: história interativa reproduzida em um ciclo fechado



Outra grande atração do festival é a sua extensão musical. A 3a edição do File Hipersônica traz manifestações musicais, sonoras e visuais, e além de acontecer no Sesi (terça e quarta, às 20h), ganha apresentações simultâneas no sábado, excepcionalmente na Casa das Caldeiras – são sete territórios, que trazem DJs, MCs, VJs e convidados nacionais e internacionais, começando às 19h30 e avançando a madrugada. Para discutir a cultura digital, o File Symposium (de terça a sábado, das 14h às 18h; inscrições no site do festival) traz o renomado pensador Ted Nelson, criador do conceito de hipertexto e hipermídia em 1965, além de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que vão falar sobre a relação dessa cultura eletrônica com as artes, as ciências e as tecnologias. Há ainda salas de games e de arquivos (com as edições anteriores do festival) e a seção Panoramas, que reúne fotografias que podem ser observadas em um ângulo de 360o a partir de um ponto – de Marcelo Maia, Elizabeth Gentile, Willy Kaemena e Sachio Izumi, entre outros.

O File começa nesta segunda (para convidados) e vai de terça até 20 de novembro, na Galeria de Arte, Teatro e Mezanino do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405); programação de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 10h às 19h. E somente neste sábado, a partir das 19h30, na Casa das Caldeiras (av. Francisco Matarazzo, 2.000, tel. 3873-6696). Entrada gratuita. Programação completa no site www.file.org.br.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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