Sala de espera do HU: central de
atendimento para agilizar marcação de consultas
Da
crítica mais radical ao elogio mais entusiasmado. Assim variam
as opiniões dos usuários sobre os serviços
prestados pelo Hospital Universitário da USP. Sinto-me
completamente desamparado, diz um professor da Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade que, segundo
garantiu, passou 2005 inteiro sem conseguir consulta nem exames
laboratoriais; Maravilhoso. Fui muito bem atendida e confirmo
os elogios que tenho ouvido de outros pacientes quando eu estava
do outro lado, como docente, afirma uma professora aposentada
da Escola de Enfermagem, que faz exercícios de reabilitação
no setor de terapia ocupacional. A verdade deve estar entre os extremos.
O superintendente Paulo Andrade Lotufo não nega a existência
de problemas não na assistência médica,
mas no acesso a ela e aponta duas causas principais dos congestionamentos.
Primeiro, considera que apenas um hospital, por melhor estrutura
que tenha e trabalhe com os melhores profissionais, não consegue
atender de imediato a demanda de duas comunidades, a da USP (alunos,
funcionários, professores, na ativa e aposentados, e seus
dependentes), e a externa, dos bairros próximos da Cidade
Universitária, que, malservidos pelo programa nacional de
saúde, acorrem em massa ao HU; segundo, uma boa parte dos
que procuram os serviços do hospital da Universidade prejudica
o atendimento, pois marcam consultas e no dia aprazado simplesmente
não aparecem. Segundo o superintendente, o absenteísmo
alcança até 25% das consultas; ou mais ainda, de acordo
com o ouvidor Sérgio Gomes de Souza, que mostra relatório
indicando que na neonatologia houve períodos com 41,96% de
ausências.
Lotufo está decidido a manter a qualidade da assistência
do HU e se recusa a tomar medidas que a prejudiquem, como a de encurtar
o tempo do exame pelo médico. E, apesar de anunciar melhorias
no processo de marcação de consultas e realizar reformas
em vários setores do hospital, não promete o fim das
filas nem da espera. O superintendente gosta mesmo é de citar
um comentário sobre o HU que teria ouvido de um usuário
de condição social modesta: Este é o
hospital particular dos pobres.
Na verdade, não é particular nem só dos pobres.
Foi construído pela USP para proporcionar aos estudantes
treinamento em condições semelhantes às que
encontrarão no exercício profissional; é campo
de ensino e pesquisa de seis faculdades: Medicina, Ciências
Farmacêuticas, Odontologia, Saúde Pública, Escola
de Enfermagem e Psicologia, mantendo contato ainda com o Instituto
de Ciências Biomédicas, Biologia, Química, Arquitetura
e Urbanismo, Politécnica e Escola de Comunicações
e Artes; atua em áreas gerais como Clínica Médica,
Cirurgia, Obstetrícia e Ginecologia e Ortopedia, e em áreas
de apoio diagnóstico e terapêutico como Anestesiologia,
Endoscopia, Patologia e Radiologia; não há especialidades;
atende a comunidade uspiana por meio da Unidade Básica de
Assistência à Saúde (Ubas) e a dos bairros Butantã,
Rio Pequeno, Morumbi, Raposo Tavares, Vila Sônia e Jaguaré,
em conjunto com o Centro de Saúde-Escola e as unidades do
Programa Saúde da Família. Faz parte do Sistema Integrado
de Saúde da USP (Sisusp), cujas atividades são dirigidas
e fiscalizadas pelo Departamento de Recursos Humanos da Universidade.
O Sisusp é composto por cinco Ubas nos campi da capital e
do interior, além do Hospital de Reabilitação
de Anomalias Craniofaciais de Bauru (Centrinho) e do próprio
HU.
Central
Entre as melhorias que o HU já introduziu ou vai implantar
estão a central de atendimento, parcialmente em funcionamento
desde fevereiro deste ano, apesar de ainda não ter sido inaugurada
oficialmente; e a proposta de contatar as pessoas que marcaram consulta
72 horas antes do atendimento, para que confirmem interesse ou não
esqueçam de comparecer no dia marcado. O propósito
é diminuir o absenteísmo. A central começou
com meia dúzia de cabines de atendimento (pontos), mas deverá
ter vinte. Tudo é controlado por computador, que distribui
as chamadas entre as atendentes, indica as cabines livres e as ocupadas,
e mostra quantas pessoas estão na linha aguardando ser atendidas.
Não se espera o fim das filas na linha telefônica,
sobretudo quando recomeça a marcação de consultas
para o mês seguinte e os usuários são informados
de que devem ligar a partir de determinado dia, que até agora
era o mesmo para todos. O hospital promete mudanças nesse
ponto. E atenção para o número de marcação
de consultas: 3091-9449 (antes era 3039-9449). Não há
marcação pela internet.
Voltando ao diálogo com o superintendente, Lotufo disse que
o alto absenteísmo se explica pela gratuidade do atendimento
hospitalar. Quando é de graça, todo mundo se
inscreve, depois não comparece e torna a ligar e a reclamar,
caso não haja mais vaga. A corrida também ocorre,
segundo ele, quando o serviço prestado é muito bom.
Acontece no HU o mesmo que em relação à
USP: quantas pessoas querem entrar? Cento e trinta mil. Mas, quantas
entram? Dez mil. Reclama-se melhor serviço de marcação
de consultas, mas telefone e internet não criam vagas,
diz Lotufo; além do mais, os estrangulamentos costumam ocorrer
porque a maioria dos interessados liga ao mesmo tempo, no início
do expediente das 7 às 17 horas. Depois das dez/onze
horas o sistema desafoga. (O Jornal da USP ligou às 10 horas
da segunda-feira, dia 13, e foi atendido na primeira tentativa).
Origem
do problema
Lotufo disse que, de 2004 para 2005, houve aumento de 13% nas consultas
marcadas; 14% nas internações; 14% nas consultas no
Pronto Atendimento; 11% nas cirurgias; 12% nos exames laboratoriais.
Apesar disso, não se evitam esperas: Você tem
fora um sistema que está expulsando as pessoas dos planos
de saúde, comenta o superintendente. Vários
professores tinham planos, mas desistiram. Minha mãe pagou
um durante cinco anos, quase sem usar; agora veio o carnê:
R$ 4.600, por mês. Se tirassem os principais hospitais, cairia
para R$ 2.600. Diante disso, em vez de as pessoas reclamarem do
que acontece fora, procuram o HU, e ainda reclamam. O superintendente
informa que o hospital vive dos recursos vindos de parcela do orçamento
da USP e das verbas do SUS (Sistema Único de Saúde).
Não recebemos um centavo de convênios.
Mesmo assim, segundo o professor, o hospital tem taxa de infecção
hospitalar muito baixa, mortalidade na UTI infantil igualmente baixa,
comparável à dos melhores hospitais norte-americanos.
E que a demora, filas e esperas existem em qualquer sistema de saúde
do mundo; assim é no Canadá, na Inglaterra e nos Estados
Unidos nesse país, segundo ele, é pior ainda:
50 milhões de pessoas não teriam acesso a nenhuma
assistência médica. E um comentário irônico:
Os professores conhecem os fatos e há quem defenda
a socialização da medicina, mas reclamam da espera.
Lotufo também reclama, mas é do que considera exageros
da imprensa e dos que recomendam a parentes e amigos que façam
check-up com frequência maior que a necessária (e nem
sempre é necessário), sem levar em conta que envolvem
custos.
Ainda sobre atendimento, o superintendente disse que o Sisusp é
que define como deve ser feito e quem é o beneficiário.
Funcionários e professores aposentados, tanto pelo regime
autárquico como pelo celetista, têm direito. Em casos
de alta complexidade, o HU encaminha os pacientes (de todas as categorias)
ao Hospital das Clínicas, mas isso só é possível
na medida em que o HC tem disponibilidade. Em casos de neurocirurgia
e de psiquiatria as chances são reduzidas. O que fazer então?
Nesse caso, diz Lotufo, as pessoas da USP não podem se esquecer
de que são cidadãos brasileiros e não estão
acima dos problemas da sociedade, tanto da saúde como de
qualquer outra área. Do trânsito, por exemplo: Não
é porque sou da USP que vou exigir prioridade de passagem
na avenida Rebouças congestionada.
Segundo o professor, o hospital oferece de diferente aos funcionários
e aos professores da Universidade aquilo que a lei permite. Por
exemplo, atendimento no Ubas e pronto atendimento em instalações
próprias. No entanto, em hospital-escola o atendimento geral
deve ser igual para todos. Sobre atendimento de urgência,
explica que médico e paciente têm entendimento diferente
sobre o que é urgência. Acontece às vezes de
o paciente procurar o PA sem ser atendido, porque o médico
sabe que a sua queixa não atende à característica
de urgência, que é, fundamentalmente, afastar o risco
de morte. De qualquer modo, nenhum paciente pode ser aconselhado
a ir para a casa se estiver sentindo dor. Deve ser medicado.
Pessoas da comunidade USP que residem e trabalham no interior por
vezes procuram o HU, especialmente se no seu campus não há
atendimento hospitalar. Mas isso é pouco frequente, segundo
a gerência do Sisusp, que também garante que não
está havendo demissão de médicos no sistema
hospitalar: Pelo contrário, recentemente foram contratados
cinco psiquiatras para o Grea (grupo da Faculdade de Medicina
que lida com pessoas que querem se livrar de drogas e álcool).
Rotatividade existe, porque muitos profissionais vão trabalhar
em outras instituições ou montam consultórios
próprios.
O HU tem 287 médicos. Aumentar esse número poderia
ajudar, mas não resolveria todos os problemas se a demanda
continuar crescendo. E cresce sempre, porque um paciente conta
para o outro que foi bem atendido, a notícia se espalha e
abarrota os serviços. A solução, segundo
o superintendente, é construir mais hospitais na região.
Exames
clínicos
Todos os dias dezenas e dezenas de pessoas fornecem materiais para
exames clínicos (sangue, urina, fezes, escarro e outros),
mas pouca gente conhece o laboratório onde os exames são
feitos 882.216 em 2005. Em mais de uma centena de modalidades.
Apenas em uma das máquinas, o auto-analisador de bioquímica,
são realizados 45 tipos diferentes de testes, com resultados
em dez minutos. De acordo com a farmacêutica-bioquímica
Ligia Maria Febeli , que opera o equipamento, a máquina pertence
a uma indústria alemã, que cobra por testes realizados,
cabendo ao hospital fornecer os reagentes. Ligia considera os resultados
dos exames feitos no laboratório absolutamente confiáveis.
Só acredito no laboratório daqui.
O setor de Radiologia passa por reformas e o de Terapia Ocupacional,
que funciona há cinco anos, ocupa novas instalações.
Nele trabalha a terapeuta ocupacional Silmara Nicolau Pedro da Silva
que, com duas auxiliares, atende em média 90 pacientes por
mês. Muitos deles com problemas tipo LER (lesão por
esforço repetitivo). É aí que uma professora
aposentada da Escola de Enfermagem faz exercícios e muitos
elogios ao Hospital Universitário.
dade
do atendimento hospitalar. Quando é de graça,
todo mundo se inscreve, depois não comparece e torna a ligar
e a reclamar, caso não haja mais vaga. A corrida também
ocorre, segundo ele, quando o serviço prestado é muito
bom. Acontece no HU o mesmo que em relação à
USP: quantas pessoas querem entrar? Cento e trinta mil. Mas, quantas
entram? Dez mil. Reclama-se melhor serviço de marcação
de consultas, mas telefone e internet não criam vagas,
diz Lotufo; além do mais, os estrangulamentos costumam ocorrer
porque a maioria dos interessados liga ao mesmo tempo, no início
do expediente das 7 às 17 horas. Depois das dez/onze
horas o sistema desafoga. (O Jornal da USP ligou às 10 horas
da segunda-feira, dia 13, e foi atendido na primeira tentativa).
Origem
do problema
Lotufo disse que, de 2004 para 2005, houve aumento de 13% nas consultas
marcadas; 14% nas internações; 14% nas consultas no
Pronto Atendimento; 11% nas cirurgias; 12% nos exames laboratoriais.
Apesar disso, não se evitam esperas: Você tem
fora um sistema que está expulsando as pessoas dos planos
de saúde, comenta o superintendente. Vários
professores tinham planos, mas desistiram. Minha mãe pagou
um durante cinco anos, quase sem usar; agora veio o carnê:
R$ 4.600, por mês. Se tirassem os principais hospitais, cairia
para R$ 2.600. Diante disso, em vez de as pessoas reclamarem do
que acontece fora, procuram o HU, e ainda reclamam. O superintendente
informa que o hospital vive dos recursos vindos de parcela do orçamento
da USP e das verbas do SUS (Sistema Único de Saúde).
Não recebemos um centavo de convênios.
Mesmo assim, segundo o professor, o hospital tem taxa de infecção
hospitalar muito baixa, mortalidade na UTI infantil igualmente baixa,
comparável à dos melhores hospitais norte-americanos.
E que a demora, filas e esperas existem em qualquer sistema de saúde
do mundo; assim é no Canadá, na Inglaterra e nos Estados
Unidos nesse país, segundo ele, é pior ainda:
50 milhões de pessoas não teriam acesso a nenhuma
assistência médica. E um comentário irônico:
Os professores conhecem os fatos e há quem defenda
a socialização da medicina, mas reclamam da espera.
Lotufo também reclama, mas é do que considera exageros
da imprensa e dos que recomendam a parentes e amigos que façam
check-up com frequência maior que a necessária (e nem
sempre é necessário), sem levar em conta que envolvem
custos.
Ainda sobre atendimento, o superintendente disse que o Sisusp é
que define como deve ser feito e quem é o beneficiário.
Funcionários e professores aposentados, tanto pelo regime
autárquico como pelo celetista, têm direito. Em casos
de alta complexidade, o HU encaminha os pacientes (de todas as categorias)
ao Hospital das Clínicas, mas isso só é possível
na medida em que o HC tem disponibilidade. Em casos de neurocirurgia
e de psiquiatria as chances são reduzidas. O que fazer então?
Nesse caso, diz Lotufo, as pessoas da USP não podem se esquecer
de que são cidadãos brasileiros e não estão
acima dos problemas da sociedade, tanto da saúde como de
qualquer outra área. Do trânsito, por exemplo: Não
é porque sou da USP que vou exigir prioridade de passagem
na avenida Rebouças congestionada.
Segundo o professor, o hospital oferece de diferente aos funcionários
e aos professores da Universidade aquilo que a lei permite. Por
exemplo, atendimento no Ubas e pronto atendimento em instalações
próprias. No entanto, em hospital-escola o atendimento geral
deve ser igual para todos. Sobre atendimento de urgência,
explica que médico e paciente têm entendimento diferente
sobre o que é urgência. Acontece às vezes de
o paciente procurar o PA sem ser atendido, porque o médico
sabe que a sua queixa não atende à característica
de urgência, que é, fundamentalmente, afastar o risco
de morte. De qualquer modo, nenhum paciente pode ser aconselhado
a ir para a casa se estiver sentindo dor. Deve ser medicado.
Pessoas da comunidade USP que residem e trabalham no interior por
vezes procuram o HU, especialmente se no seu campus não há
atendimento hospitalar. Mas isso é pouco frequente, segundo
a gerência do Sisusp, que também garante que não
está havendo demissão de médicos no sistema
hospitalar: Pelo contrário, recentemente foram contratados
cinco psiquiatras para o Grea (grupo da Faculdade de Medicina
que lida com pessoas que querem se livrar de drogas e álcool).
Rotatividade existe, porque muitos profissionais vão trabalhar
em outras instituições ou montam consultórios
próprios.
O HU tem 287 médicos. Aumentar esse número poderia
ajudar, mas não resolveria todos os problemas se a demanda
continuar crescendo. E cresce sempre, porque um paciente conta
para o outro que foi bem atendido, a notícia se espalha e
abarrota os serviços. A solução, segundo
o superintendente, é construir mais hospitais na região.
Exames
clínicos
Todos os dias dezenas e dezenas de pessoas fornecem materiais para
exames clínicos (sangue, urina, fezes, escarro e outros),
mas pouca gente conhece o laboratório onde os exames são
feitos 882.216 em 2005. Em mais de uma centena de modalidades.
Apenas em uma das máquinas, o auto-analisador de bioquímica,
são realizados 45 tipos diferentes de testes, com resultados
em dez minutos. De acordo com a farmacêutica-bioquímica
Ligia Maria Febeli , que opera o equipamento, a máquina pertence
a uma indústria alemã, que cobra por testes realizados,
cabendo ao hospital fornecer os reagentes. Ligia considera os resultados
dos exames feitos no laboratório absolutamente confiáveis.
Só acredito no laboratório daqui.
O setor de Radiologia passa por reformas e o de Terapia Ocupacional,
que funciona há cinco anos, ocupa novas instalações.
Nele trabalha a terapeuta ocupacional Silmara Nicolau Pedro da Silva
que, com duas auxiliares, atende em média 90 pacientes por
mês. Muitos deles com problemas tipo LER (lesão por
esforço repetitivo). É aí que uma professora
aposentada da Escola de Enfermagem faz exercícios e muitos
elogios ao Hospital Universitário.
O superintendente Paulo Lotufo: HU tem 287 médicos
e fez mais de 880 mil exames no ano passado. E a procura só
faz aumentar
Críticas
e elogios
O
professor da FEA que se considera desprotegido na questão
médica disse que comprou um plano de saúde apenas
hospitalar, que não dá direito a consultas.
Essas ele tentou no HU durante o ano passado todo sem conseguir,
segundo garantiu, porque as agendas dos médicos estavam
lotadas e não foi possível ligar para a central
de consultas no dia recomendado. Pagou médico particular,
que pediu uma série de exames laboratoriais, mas no
HU só poderiam ser feitos se fossem pedidos por médico
desse hospital. O professor disse que não se queixa
dos médicos do HU, que são ótimos.
Só acha que o sistema de acesso deveria ser modificado
(e já foi) e que as pessoas mais idosas, por isso mesmo
mais sujeitas a doenças típicas da idade, poderiam
ter algum atendimento preferencial.
Na Adusp, a segunda-secretária Raquel Aparecida Casarotto
informou que a associação tem recebido reclamações
de docentes relacionadas com prazos para a realização
de alguns exames, como os radiológicos. Áreas
críticas, segundo ela, são fisioterapia e ortopedia.
Apesar disso, a Adusp reconhece que o hospital da Universidade
tem coisas muito legais, especialmente o fato
de estar integrado ao SUS, não fazer diferenciação
entre pessoas e categorias nas consultas, bom diálogo
e excelente relacionamento da diretoria com os sindicatos.
No Sintusp, porém, o julgamento é severo. A
diretoria faz críticas ao atendimento e garante ser
difícil o acesso a exames mais sofisticados, que necessitem
de tomografia ou ressonância magnética. Mas,
reconhece que os hospitais-escola das universidades públicas
são o único acesso que a população
carente tem à alta tecnologia. Isso fica claro no Centrinho
de Bauru, referência para especialistas em reabilitação
labial e facial do mundo inteiro.
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Ouvir
e corrigir
Quem tiver sugestões, queixas, críticas ou elogios
a fazer pode ligar para a Ouvidoria do HU (3039-9213), mas
a sua opinião só será registrada e entrará
nas estatísticas do ouvidor Sérgio Gomes de
Souza, médico ginecologista e obstetra com especialização
na função, se posteriormente vier por escrito
e o autor se identificar corretamente. O atendimento inicial
é feito pela secretária Elizabeth de Souza.
Os elogios existem, mas as queixas são bem mais freqüentes:
por semestre, 60 elogios contra 700 queixas, em média.
As reclamações mais numerosas referem-se, pelo
menos até agora, à dificuldade para agendar
consultas e exames laboratoriais. São em média
25 casos por semana, até 1.400 por ano. O sistema de
telefonia estava no limite, recebendo 6.500 ligações
por dia.
Com as melhorias que começam a ser introduzidas com
a central de atendimento, ou Central de Relacionamento, espera-se
que as reclamações diminuam. A segunda causa
mais comum de queixa é a demora na internação
por falta de leitos. O serviço da Ouvidoria do HU está
ligado às Secretarias da Ciência, Tecnologia
e Desenvolvimento Econômico e da Saúde do Estado
de São Paulo, para onde vão os relatórios.
Do mesmo modo que o superintendente Paulo Lotufo, Gomes de
Souza insiste na necessidade de diminuir o absenteísmo
(veja tabela), que prejudica sensivelmente o atendimento aos
pacientes. Quem marca consulta e não comparece, além
de tirar a vaga de outro paciente, submete as equipes de apoio
a trabalho inútil, como a requisição
de prontuário, chamadas e esperas.
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