BR3,
o novo espetáculo do grupo Teatro da Vertigem
|
O
Brasil através do Tietê
Depois
de igreja, hospital e presídio, o rio é palco
da nova produção do Teatro da Vertigem. A peça
BR3 retrata, a partir de três Brasis
Brasilândia, Brasília e Brasiléia ,
os descaminhos de três gerações de uma
complexa e trágica história em família,
entre as décadas de 60 e 90.
|
Mais
do que uma simples narrativa, a montagem parece refletir uma
eterna crise de identidade nacional. Os personagens invisíveis
aqui soam como metáfora da sociedade brasileira, composta
por rostos descaracterizados que circulam no meio da multidão,
anônimos que povoam cada canto da cidade, pessoas inexistentes
aos olhos da sociedade, esta cada vez mais capitalista e auto
destrutiva. O público fica acomodado em um barco que
percorre o leito do rio (saindo próximo do Cebolão
de Pinheiros até a ponte de acesso à Rodovia
dos Bandeirantes) e acompanha os atores que se espalham com
agilidade em outros barcos, por pequenas bases nas margens,
nos imensos canos que deságuam no rio, na base das
pontes ou em cima de plataformas. Mas vá preparado,
o constante vento frio e o cheiro ruim, suave mas persistente,
do Tietê, longe de desviar a atenção,
funcionam como elementos sinestésicos, contribuindo
para a sensação de desconforto da trágica
história desse Brasil. O ponto de encontro que leva
o público até o barco é no Memorial da
América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664,
portão 8, Barra Funda, tel. 3115-0345). Até
28 de maio, com apresentações de quinta a domingo,
às 21h (em caso de chuva não haverá espetáculo).
Ingressos: R$ 40,00, vendidos na Fnac Paulista e Pinheiros).
|
Agreste
de volta
Grande
sucesso (vencedor do Prêmio APCA de melhor espetáculo
e texto e Prêmio Shell de melhor autor), Agreste, com a Cia.
Razões Inversas e direção de Marcio Aurélio,
reestréia nesta sexta no Teatro Tuca Arena. Com texto de
Newton, a peça conta a história de um casal de lavradores
simples que, no meio da seca, descobre o amor e foge. Pressentem
que algo de perigoso paira sobre seu amor. Trata-se
de um manifesto poético, uma fábula sobre ignorância,
preconceito e amor incondicional. Em cena, dois atores narram e
representam as personagens de sua estória. Esses atores montam
e desmontam a cena, com o mesmo domínio que assumem a passagem
narrador-personagem e personagem-narrador. Em cartaz até
21 de maio, às sextas, às 21h30, sábados, às
21h, e aos domingos, às 19h. No Teatro Tuca (r. Monte Alegre,
1.024, Perdizes, tel. 3670-8455). Ingressos R$ 30,00 (sexta) e R$
40,00 (sábados e domingos), com meia-entrada.
Leonor
de Mendonça
A obra
prima de Gonçalves Dias, Leonor de Mendonça, considerada
um clássico do romantismo brasileiro estréia nesta
sexta no Teatro Augusta. Escrita em 1846, a peça aborda sentimentos
como poder, orgulho, ciúmes e vingança. No enredo,
Leonor, ainda criança, filha de uma nobre família
da Espanha, é prometida ao Duque de Bragança. O casamento
de conveniência é abalado quando um jovem apaixona-se
perdidamente por Leonor e o duque começa a desconfiar da
fidelidade da esposa, encaminhando a história para um trágico
desfecho. A montagem segue uma linguagem realista, com cenário
feito de recortes e figurinos de época. A trilha sonora é
composta por músicas clássicas renascentistas. Direção
de Orias Elias. Até 28 de maio, sextas, às 21h30,
sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h, no
Teatro Augusta (r. Augusta, 943, tel. 3151-4141). Ingressos: R$
15,00 (sexta) e R$ 20,00 (demais dias).
Histórias
sobre o cotidiano da metróple em um elevador
|
Peça
de Elevador
Para
comemorar cinco anos de trajetória, a Cia. Elevador
de Teatro Panorâmico, dirigida por Marcelo Lazzaratto,
apresenta seu novo espetáculo Peça de Elevador.
A peça tem como cenário dois elevadores
|
escolhidos
propositalmente por se encaixarem em torno dos temas cotidianos
da grande metrópole, onde as pessoas estão sempre
em trânsito. O texto, de Cássio Pires, conta com
cerca de dez histórias distintas e contadas de forma
fragmentada. Os diálogos são interrompidos de
acordo com o trânsito dos elevadores. Com ritmo dinâmico,
os personagens se cruzam no saguão de entrada do edifício,
dentro dos elevadores ou mesmo pelos andares do prédio.
Até 30 de junho, com apresentações quintas
e sextas, às 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil
(r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3652). Os
ingressos custam R$ 15,00, com meia-entrada. |
Adaptação
do best-seller |
Quando
Nietzsche Chorou
É
uma adaptação do romance Quando Nietzsche Chorou,
escrito em 1992 pelo psiquiatra Irvin D. Yalom. A peça
se passa na Viena do século 19, às vésperas
do nascimento da psicanálise. Trata-se de uma ficção
com personagens reais, que cria um suposto encontro entre
o filósofo alemão Nietzsche (Cassio Scapin)
e o médico vienense Josef Breuer (Nelson Baskerville),
professor e mentor de Freud. Direção de Ulisses
Cohn e participação especial em vídeo
de Ana Paula Arósio, Lígia Cortez e Flávio
|
Tolenzani.
Estréia nesta quinta e fica em cartaz até 6 de
agosto, de quinta a sábado, às 21h, e domingos,
às 19h, no Teatro Imprensa (r. Jaceguai, 400, Bela Vista,
tel. 3241-4203). Ingressos: R$ 50,00 e R$ 60,00. |
A
fidelidade em discussão no texto do chileno Marco Antonio
de La Parr |
Os
Infiéis
A
peça Os Infiéis, do chileno Marco Antonio de
La Parra reestréia nesta sexta. Com direção
de Reginaldo Nascimento e encenação do Teatro
Kaus Cia. Experimental, o texto que foi escrito em
|
1988
entrecruza memórias emocionais de dois casais
para discutir a infidelidade humana através de uma narrativa
que transcorre em tempo e espaços permanentemente desconstruídos.
Estão presentes na obra sentimentos universais como ciúme,
amor, competição, agravados pelo trauma da ditadura
militar chilena. O cenário, ambientado em um local não
definido e formando um labirinto de camas que são feitas
e desfeitas, é de Reginaldo Nascimento. Sextas e sábados,
às 21h; aos domingos, às 19h, no Teatro Sérgio
Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 3288-0136). Os
ingressos custam R$ 20,00, com meia-entrada. |
Montagem
contemporânea para a peça de Nelson Rodrigues
|
Traição
O
espetáculo, que ficou em cartaz por dois anos no Rio
de Janeiro, acaba de chegar a São Paulo. Traição,
de Nelson Rodrigues, reúne cinco contos da série
A Vida Como Ela É... : Um Chefe de Família,
O Monstro, O Marido Sanguinário, A Mulher do Próximo
e O Marido Fiel. A montagem contemporânea da Cia. Duplô
dirigida por Gabriela Linhares também responsável
pela adaptação do texto ganha forte linguagem
corporal, e o texto se desenvolve simultaneamente no palco
e na platéia. A peça não tem
|
cenário
e nenhum objeto cênico. Até 11 de junho, sextas
e sábados, às 21h e aos domingos, às 20h.
O teatro fica na r. Frei Caneca, 1.360, tel. 3289-0985. Os ingressos
custam R$ 30,00, com meia-entrada. |
Teatro
Fábrica São Paulo
Duas peças estréiam no teatro. Nesta quarta entra
em cartaz A Farsa do Juiz Corregedor, com o Grupo do Pato com Trufa
e direção de Marcelo Colavitto. Em tempos de CPIs
e escândalos, trata-se de uma comédia baseada no texto
de Alejandro Casona, cujo tema central gira em torno do julgamento
executado por um corregedor corrupto (às quartas e quintas,
às 21h, até 25 de maio). Também estréia
nesta terça a peça Orfandade, com a Cia. Polivox e
direção de Lourival Reis. Com os textos da autora
mineira Adélia Prado, que acaba de completar 70 anos, o público
é transportado pela poesia para o mundo de uma mulher e de
suas lembranças (terças, às 21h, até
25 de abril). O Teatro Fábrica fica na r. da Consolação,
623, tel. 3255-5922. Os ingressos para ambos os espetáculos
custam R$ 20,00, com meia-entrada.
|
|