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O crescimento da indústria de segurança privada em Violência S. A. (acima) Tocantins – Rio Afogado: questões do meio ambiente (ao lado)

Documentários e palestras

O Seminário DOC TV revela uma dimensão do Programa DaOC TV: o pensamento sobre o documentário. Trata-se de um projeto de fomento à parceria entre a TV pública e a produção independente, criado com o objetivo de produzir a regionalização de documentários e articular um circuito nacional de teledifusão. Uma realização do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual; do governo estadual, através da Secretaria de Estado da Cultura; da Fundação Padre Anchieta e da Rede Sesc-Senac de Televisão. O seminário, uma parceria entre o Cinusp e o Departamento de Comunicação da PUC do Rio de Janeiro, acontece até o dia 20 de abril, seguindo depois para o Rio de Janeiro, entre os dias 24 de abril e 12 de maio.

Composto por uma mostra de 20 documentários selecionados entre os 62 produzidos através das duas primeiras edições dos concursos DOC TV e por um ciclo de debates com expoentes da crítica e da realização de documentários no Brasil, a evento põe em evidência algumas das questões mais importantes que permeiam o pensamento e a produção atual brasileira. Entre os documentários, Tocantins – Rio Afogado, com direção de Hélio Brito e João Luiz Neiva Brito, que aborda questões de meio ambiente a partir do projeto de construção de usinas hidrelétricas ao longo do rio Tocantins (segunda, às 16h, e dia 20, às 19h); e Violência S. A., dirigido por Eduardo Benaim, Jorge Saad Jafet e Newton Cannito, que traça um bem-humorado tour pelo mercado da segurança privada no Brasil, em franco crescimento, alimentado por uma cultura do medo (na próxima segunda, dia 17, às 19h).

E na próxima semana, acontecem dois debates. No dia 18 de abril, Documentário e Indústria Cultural – Linguagens, com Giba Assis Brasil e Leandro Saraiva, aborda a questão do diálogo cada vez mais intenso entre os formatos documentais e os gêneros documentais dominantes; e no dia 19, Documentário e Indústria Cultural – Mercado, discutindo o lugar do mercado audiovisual nacional e internacional e os possíveis reflexos estéticos deste posicionamento, com Nelson Hoineff e Newton Cannito. Ambos acontecem às 20 horas. No Cinusp (r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540). Programação completa no site do Cinusp: www.usp.br/cinusp. No mesmo local, na terça, às 16h, acontece a pré-estréia do documentário Ginga – A Alma do Futebol (Brasil, 2006), de Hank Levine, Marcelo Machado e Tocha Alves, abordando como o próprio nome já diz, a ginga dos jogadores brasileiros (é preciso retirar senha uma hora antes no favo 37).

 

 

 

Duas Estréias

Nesta sexta serão lançados dois filmes brasileiros em circuito comercial. Árido Movie —um filme de estrada com curtas histórias simultâneas e entrelaçadas —, dirigido pelo pernambucano Lírio Ferreira (Baile Perfumado), traz no elenco Giulia Gam, Renata Sorrah e Mateus Nachtergale. Narra a trajetória de Jonas, personagem principal, que nasceu em uma longínqua cidade do interior do nordeste brasileiro, desgarrado da família ainda pequeno e que hoje trabalha em São Paulo, apresentando um programa de previsão do tempo, até que o assassinato de seu pai o leva de volta às suas origens. O outro longa, Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira, presta homenagem a Mazzaropi, recordista de espectadores no cinema brasileiro. Conta a história de um caipira que viaja com a mulher e o filho para assistir a um filme de Mazzaropi, apresentando a questão da transformação de salas de cinema em igrejas evangélicas, lojas de eletrodomésticos, estacionamentos... Em circuito comercial.

 

 

 


Entreatos, sobre a campanha de Lula à Presidência, em 2002

Filmes digitais

Uma tecnologia contemporânea que não pára de se transformar, os filmes produzidos digitalmente são mais baratos e menos complexos: assim como os outros a imagem atravessa a lente de uma câmera, mas é

convertida imediatamente em sinal eletrônico. A mostra Cinema Digital, que acontece a partir de terça no Centro Cultural São Paulo, abre com a exibição de Colateral (EUA, 2004), de Michael Mann, sobre um matador de aluguel que está em Los Angeles para um trabalho rápido e contrata um taxista para levá-lo a seu destino (16h); Festa de Família (Dinamarca/Suécia, 1998), de Thomas Vinterberg, uma festa de aniversário do patriarca de uma família dinamarquesa para comemorar seus 60 anos (18h), e Arca Russa (Rússia, 2002), de Alexander Sokurov, em que um cineasta é misteriosamente enviado ao Museu Hermitage, em São Petersburgo em 1700, onde encontra um diplomata francês com quem inicia uma jornada pela história da Rússia entre os séculos 18 e 21. E na programação de quarta, Houve Uma Vez Dois Verões (Brasil, 2002), de Jorge Furtado, e Entreatos (Brasil, 2004), de João Moreira Salles, seguido de palestra com Eliseu Lopes Filho, produtor, animador, técnico em efeitos especiais e especialista em computação gráfica. Também serão exibidos Sin City (EUA, 2005), de Robert Rodríguez, Frank Miller e Quentin Tarantin; o polêmico Irreversível (França, 2002), de Gaspar Noé; e O Fim e o Princípio (Brasil, 2005), de Eduardo Coutinho. A mostra vai até 23 de abril, no CCSP (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3277-3611). Grátis. Programação completa no site www.centrocultural.sp.gov.br.

 

 

 


Farenheit 451, clássico de François Truffaut

O Cinema Vê o Futuro

A mostra que entra em cartaz nesta quarta e vai até 30 de abril exibe 15 filmes de ficção científica, de diferentes épocas, com o objetivo de comparar como o cinema

antecipou o futuro. Organizada pelo crítico Marcelo Lyra, taz clássicos como Farenheit 451 (1966), de François Truffaut, e Metrópolis (1926), de Fritz Lang. O primeiro, por exemplo, apesar de ambientado num futuro distante, era traído pelos penteados de Julie Andrews e a mobília das casas, que mostravam que o filme foi realizado nos anos 60, mas a despeito do visual o bom roteiro resiste ao tempo. Já o segundo, com visual caótico de futuro, era tão moderno para seu tempo que influenciou várias gerações de diretores de ficção científica. Ainda estão na programação Alphaville (1965), de Jean-Luc Godard, a raridade cinematográfica Daqui a Cem Anos (1936), de William Cameron Menzies (muito elogiado no exterior), Blade Runner (1982), de Ridley Scott, os dois primeiros episódios de Jornada nas Estrelas (1966), de Robert Wise, e as duas versões de Solaris, a de 1972 dirigida por Andrei Tarkovsky e a de 2002 por Steven Soderbergh. Também serão realizadas três palestras-aulas, abordando a ficção científica ontem e hoje (sábados, das 10h30 às 12h), além do debate com Marcelo Lyra e o também crítico de cinema Luiz Carlos Merten, que vão discutir as diferentes formas de concepção visual dos filmes (28 de abril, às 20h). No Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00. Programação completa e horários no site www.bb.com.br/cultura.

 

 

 

Sundance Festival

Criado em 1981 pelo ator Robert Redford, o festival tornou-se uma das mais significativas vitrines da rica produção cinematográfica americana, mas a mostra que está sendo apresentada na Galeria Olido apresenta títulos que chegaram ao Brasil ainda na década de 80, quando o Sundance mantinha a característica de evento alternativo. Nesta semana, destaque para Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004), de Michel Gondry, que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, sobre uma mulher (Kate Winslet, indicada na categoria de Melhor Atriz) que faz um tratamento para apagar de sua mente um antigo relacionamento, e o homem, ao saber, contrata o mesmo médico para esquecê-la (exibido no sábado, às 17h); além de dois filmes de Todd Solondz: Bem-Vindo à Casa de Bonecas (1995), sobre uma jovem que faz de tudo para ser aceita pelos amigos da escola (sexta, às 17h, e sábado, às 19h30), e Felicidade (1998), história de uma família tipicamente americana, em que três irmãs de comportamentos distintos põem à prova valores familiares (sexta, às 19h30, e domingo, às 17h30). Na Galeria Olido (av. São João, 473, Centro). Os ingressos são gratuitos. Mais informações pelo tel. 3334-0001, ramal 1941.

 

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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