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E
sta escola nasceu com um grupo de professores amadores, que com entusiasmo e dedicação batalhou muito para alcançar o profissionalismo e a excelência, afirmou o Professor Emérito Antonio Delfim Netto, lembrando o início da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, durante a sessão solene realizada no dia 3, na FEA, que marcou o início oficial das comemorações do 60º aniversário da faculdade. Lembrando que esse mesmo entusiasmo continua presente, Delfim afirmou também que a instituição nunca considerou a ideologia dos professores, mas sim a sua capacidade. Durante a sessão, foram homenageados alunos, ex-alunos, Professores Eméritos, funcionários e ex-diretores. Estavam presentes a reitora Suely Vilela e a diretora da faculdade, Maria Tereza Leme Fleury, além do ex-reitor e professor da FEA Jacques Marcovitch.

Com o evento, a FEA parou para festejar as conquistas realizadas pela instituição, que a tornaram um dos principais centros de ensino e pesquisa em economia, administração e contabilidade. “Por meio dos seus ex-alunos, a FEA deu contribuições inestimáveis ao País. Eles delinearam políticas públicas, implementaram estratégias de crescimento, geraram empregos, criaram riquezas”, afirmou o professor Eduardo de Vasconcellos, que falou em nome dos ex-alunos da faculdade.
Ex-alunos também tiveram participação direta na história do Brasil, como representantes eleitos ou como integrantes do Executivo. “Foram um presidente, prefeitos, ministros, secretários de Estado, presidentes do Banco Central, presidentes de empresas estatais, secretários municipais e dirigentes universitários”, lembrou Vasconcellos. Primeiro de uma série de eventos a ser realizados ao longo do ano para celebrar os 60 anos da FEA, a sessão solene incluiu o lançamento de um site e um vídeo comemorativos.

Pluralidade de idéias

“Na diversidade reside a nossa grande unidade”, afirmou o professor Sérgio de Iudicibus, que falou em nome dos ex-diretores da faculdade, ressaltando o que considerou outro grande diferencial da FEA. Essa característica também foi ressaltada pela diretora Maria Tereza Leme Fleury em seu discurso. “Diversidade, pluralidade fazem parte do DNA da FEA. Professores têm diferentes enfoques teóricos, diferentes posturas metodológicas e ideológicas”, afirmou a diretora. Essa pluralidade também é valorizada pelos alunos: “Isso só tende a deixar o ambiente mais rico e a abrir a cabeça do aluno. Permite que você tenha embasamento para construir suas próprias opiniões”, concorda a estudante de economia Helena Maria Pécora.

A convivência entre as quatro áreas do conhecimento investigadas pela faculdade – economia, administração, contabilidade e atuária – também foi vista por alguns dos presentes ao evento como um dos pontos positivos da FEA. “Uma das grandes inteligências na criação da FEA foi juntar essas quatro profissões”, disse Antonio Delfim Netto. “Quando fizeram um pequeno movimento para separar a contabilidade da economia, eu e muitos alunos nos levantamos para mostrar que aquilo era uma grande tolice.”


Delfim Netto: desde suas origens, a FEA primou pela capacidade de seus docentes, não pela ideologia


Maria Tereza


Internacionalização


Enquanto comemora seus 60 anos de existência, a FEA aproveita para se auto-analisar. De um lado, revisa seu passado, sua história e comemora suas conquistas. De outro, se debruça sobre o futuro. Além de cultivar as características que a diferenciam e que a tornaram um centro de excelência, a FEA tem como projeto futuro intensificar alguns de seus projetos já existentes, por exemplo, o de intercâmbio. “Hoje a FEA é uma das unidades que mais recebem e enviam seus estudantes para o exterior, na graduação, na pós e nos cursos de especialização, contando inclusive com o duplo diploma”, afirmou a diretora Maria Tereza.

Isso deve se intensificar não só na FEA, mas em outras unidades da USP, já que é um item que faz parte dos projetos de gestão da reitora Suely Vilela. Para ela, a experiência cultural que o intercâmbio proporciona é exatamente o que dá uma formação diferenciada aos alunos. “Neste mundo globalizado em que vivemos, isso é extremamente importante”, justifica.

A FEA possui atualmente convênio com 50 universidade estrangeiras. Em 2005 enviou 109 estudantes para fora do País. No mesmo ano, a faculdade recebeu 93 estudantes de outros países. Os números são bastante equilibrados, “o que mostra que o processo é bilateral”, segundo a reitora. “Este é um exemplo real de internacionalização.” Ainda de acordo com Suely, essa bilateralidade não acontece em muitas outras unidades. “Em geral, mandamos muitos alunos para fora, mas os que vêm são ainda poucos.”

Entre outros eventos comemorativos a ser realizados este ano estão o Workshop em Internacionalização de Umpresas, nos dias 2 e 3 de maio, o Congresso USP de Contabilidade, em julho, e os Seminários em Administração, previstos para agosto. Em setembro ocorrerá a Semana de Arte, que incluirá lançamento de livro sobre os 60 anos da FEA, e, em outubro, o Simpósio Internacional de Governança Corporativa.


Um site repleto de histórias

Como parte das comemorações de 60 anos da FEA, foram lançados, durante a sessão solene realizada no dia 3, um site e um vídeo. O site (www.usp.br/fea60anos) tem como objetivo contar um pouco da história da faculdade, desde sua criação, através de fotos e textos. O idealizador do projeto, o ex-aluno Wagner Toyama Cassimiro, conta como surgiu a idéia: “Nós temos um livro publicado quando a FEA fez 35 anos, no qual a professora Alice Canabrava escreve sobre os primórdios e a evolução da faculdade até 1981, e tínhamos a idéia de atualizar esse conteúdo. Mas, conforme a tecnologia evoluiu, ao invés de fazer um livro, resolvemos fazer um site com tecnologia de ponta”.

O site, criado por uma equipe de oito pessoas, contou com jornalistas, historiadores e outros profissionais na tarefa de reunir relatos e imagens para recontar os 60 anos da FEA. Além da história oficial, ele dá voz também aos ex-alunos e professores para compartilhar suas recordações, que ficam registradas no setor “lembranças”.

Uma das histórias registradas no site é contada pelo professor Marcos Campomar, relembrando o curso de Economia na década de 60: “As aulas de Contabilidade eram dadas em uma sala que tinha umas maquininhas da Faccil. Lá fazíamos a contabilidade completa de uma empresa para treinar os procedimentos utilizados em uma empresa comum, mas sempre com notas e cheques fictícios. Tinha um talão de cheques de um banco inventado, usado nessas aulas, que deu o que falar. Como o talão era perfeito, começamos a efetuar os pagamentos por aí. Esse talão serviu até para pagar uma boate que freqüentávamos, mas depois de algum tempo a bomba estourou para o nosso lado”

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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