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Tímido, sentado com o rosto apoiado na mão, Amarildo Coelho do Nascimento fala baixo e devagar. A nova posição de segundo solista em trompete na Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), alcançada em dezembro do ano passado, trouxe também maior reconhecimento. Entre 80 candidatos que disputaram as vagas de instrumentos de sopro, somente Nascimento foi aprovado para ser membro efetivo do corpo da orquestra.

Antes de entrar para a Osusp, Nascimento percorreu um longo caminho, tanto na música como na vida pessoal. Participou, em 2002, do primeiro Projeto Academia, desenvolvido pela Osusp sob a direção do maestro Carlos Moreno, com o objetivo de proporcionar a jovens músicos a experiência de tocar com uma orquestra profissional. Os estudantes que integram o projeto ensaiam e se apresentam com a Osusp durante o período de um ano e recebem prêmios pela sua participação. Nascimento foi aprovado nos projetos dos anos seguintes, continuando por mais quatro edições, quando surgiu a vaga para segundo solista em trompete, no final de 2005. Concorrendo diretamente com oito finalistas, disse que não estava nervoso, acostumado como é a passar em testes, e acredita que foi escolhido por conseguir trazer “algo a mais, trazer uma diferença à música que chega até as pessoas” quando toca.

Nascimento explica que participar do Projeto Academia foi de grande importância porque o ensinou a “passar por esses testes sem ficar nervoso”. Também conta que “tocar com uma orquestra com profissionais de qualidade como a Osusp é um sonho de qualquer estudante de música clássica”. Da experiência profissional vivida no projeto, Nascimento salienta o entendimento de como funciona uma orquestra profissional, o tratamento aberto que recebeu por parte dos músicos e o que chamou de “aprender a fazer arte”.

Trompete – Seu primeiro contato com a música foi na igreja, aos cinco anos de idade. Anos depois, aos 12, começou o estudo de trompete, instrumento que escolheu “porque gostava do som”, diz. “O som do trompete é magnífico, tem uma imponência. Sempre me chamou a atenção.” Tocava na igreja junto a seu pai, no trombone, e o tio, no trompete. Nascimento conta que, por ser de família simples, os pais não o podiam apoiar financeiramente, mas sempre impulsionaram a vocação do filho. Chegou a trabalhar como servente de pedreiro, com seu pai, para ajudar no sustento da família. Quando ganhou seu primeiro trompete do pai, ouviu que “se é para aprender, que aprenda a tocar de verdade”, lembra. Ele aprendeu de verdade. Na família de oito filhos, outros irmãos tiveram contato com a música clássica, mas só ele a seguiu como profissão.


Amarildo Nascimento: “Ter uma orquestra sinfônica já mostra o alto nível de uma universidade”

Nesses primeiros contatos, conta que aprendeu o básico, o essencial. Aos 15 anos, enquanto ainda tocava na igreja, já ajudava o pai. Depois trabalhou como office-boy de farmácia, em uma fábrica de chinelos e ainda em uma produção de balas de coco para casamentos, ali perto de onde morava, e mora até hoje, em Suzano. Foi servir no tiro de guerra, aos 19 anos, enquanto trabalhava em uma firma de produção de macarrão. “No tiro”, conta, “tinha uma fanfarra e eu fui tocar corneta, que se parece com trompete, mas não tem pistões.” Foi nessa época que teve aulas de trompete e se dedicou ao instrumento, melhorando sua técnica mais rapidamente do que esperava. Depois, participando da fanfarra, conheceu a banda militar do 4o Batalhão da Infantaria Blindada de Osasco e começou a se interessar pela idéia de ser músico profissional. Ouviu do sargento e maestro da banda militar que precisaria estudar muito para ser aceito. No final de 1996 foi aprovado no concurso e entrou para o Exército, e para a banda, como cabo músico.

Enquanto seguia a carreira militar, Nascimento também passou no teste da Universidade Livre de Música, hoje chamada de Centro de Estudos Musicais Tom Jobim. As aulas na ULM o ensinaram a “abrir o ouvido”, a reconhecer as notas, e começou a evoluir, progredir tecnicamente, percebendo que só a banda militar era pouco para o que queria. Todo dia, saía de casa, em Suzano, demorava três horas para chegar ao quartel em Osasco e depois, à noite, estudava na ULM. Nos dias em que não tinha aula, mantinha uma rotina diária de quatro horas tocando trompete, para se aperfeiçoar. “Se você gosta de música e quer ser músico, você tem que ser escravo da música” diz. Em 1998, entrou na Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Continuava com os estudos e com seu expediente integral na banda militar, enquanto fazia pequenas apresentações em festas e cerimônias de casamentos. No fim de 2001, fez o teste para a Orquestra Experimental de Repertório, a orquestra pré-profissional do Teatro Municipal. Logo em seguida, abandonou a carreira militar, para arriscar ser músico. “Ainda bem que deu certo”, conta sorrindo. Logo depois, ingressou no Projeto Academia.

Nascimento completou agora 30 anos. Casado há oito anos, tem um casal de filhos, a quem pretende mostrar a música de que gosta, quando estiverem na idade. Hoje, é dono de dois trompetes, bem melhores do que aquele primeiro ganho com uma promessa. Está feliz com seu ingresso na Osusp, “porque é uma orquestra de renome e um dos melhores lugares para um músico trabalhar”. “Ter uma orquestra sinfônica já mostra o alto nível de uma universidade”, diz. Ele ainda ensina a receita: “A música de boa qualidade, popular ou erudita, é o cartão de visita de toda sociedade e por isso deve ser valorizada”. Já sorridente, com o rosto descoberto das mãos e a voz mais forte, Nascimento, tranqüilo, aproveita a nova conquista.

Professor Oswaldo Massambani assume direção da Cecae

Tomou posse no dia 12, quarta-feira, o novo diretor da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae) da USP, professor Oswaldo Massambani, ex-diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e atual coordenador da Agência USP de Inovação. Ele foi nomeado coordenador pro tempore da Cecae pela reitora Suely Vilela. Massambani entra no lugar de Sérgio Muniz Oliva Filho, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME). “Recebo com muita alegria o desafio de promover o aprimoramento das funções da Universidade atráves da Cecae, uma coordenadoria que tem uma história muito significativa”, disse Massambani ao Jornal da USP. “Minha missão será a de analisar com atenção os programas desenvolvidos, a fim de promovê-los e fazer com que funcionem da melhor maneira possível.”

IEE inicia eventos em comemoração
ao seu 65° aniversário

Em comemoração aos 65 anos do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, o instituto realizará uma série de atividades. O lançamento oficial das comemorações acontecerá no dia 25 de abril, às 9 horas, com a presença do diretor Geraldo Francisco Burani. O evento será realizado no auditório Francisco Romeu Landi, na Escola Politécnica. A Poli fica na avenida Professor Luciano Gualberto, 380, travessa 3, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações pelo telefone 3091-2529.

(USPonline)

FFLCH promove discussões sobre
cinema italiano

Estão abertas as inscrições para o festival e ciclo de debates Cacciucco, Le Cinque C nel Cinema, que será realizado entre os dias 18 e 20 de abril na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Serão apresentados filmes do novo cinema italiano, seguidos de discussões, em dois horários (das 9 às 12 horas e das 19h30 às 22h30). As sessões de filmes ocorrerão na Casa de Cultura Japonesa (avenida Professor Lineu Prestes, 159, Cidade Universitária). Informações: telefone (11) 3091-4645.

(Agência USP de Notícias)

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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