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O consumo de alho costuma ser recomendado por médicos por promover ação antimicrobiana, efeitos antivirais, atividades imunológicas, anticancerígenas e antioxidante. O que se sabe a partir de agora é que, se estiver frito, melhor será sua atividade antioxidante. Na Faculdade de Saúde Pública da USP, experimentos in vitro mostraram que a hortaliça preparada dessa forma tem maior capacidade de combater os radicais livres.

Em sua pesquisa de mestrado, a nutricionista Yara Severino de Queiroz queria determinar os compostos fenólicos totais, aqueles responsáveis pela ação antioxidante do alho in natura (Allium sativum) e em seus produtos comercializados. “O objetivo era avaliar sua atividade antioxidante”, conta. Além disso, ela buscava também analisar o impacto dos aditivos adicionados aos produtos (substâncias como ácido cítrico, metabisulfito de sódio e benzoato de sódio) sobre a atividade antioxidante.

A pesquisadora produziu extratos (de concentração de 1 miligrama por mililitro) de alho in natura e seus produtos, ou seja: alho picado sem sal, picado com sal (na porcentagem de 2%), frito com óleo de soja vegetal e gordura hidrogenada, e misto (mistura de in natura com alho desidratado picado). A partir disso, submeteu os extratos das amostras a três testes de atividade antioxidante e também analisou a vida de prateleira em três momentos distintos.

“O alho frito foi o produto que apresentou melhor atividade antioxidante para todos os testes”, descreve Yara. “Em um dos testes, que utiliza o ensaio DPPH, o alho frito demonstrou capacidade de captação de até 65,9% dos radicais livres, enquanto o alho in natura apresentou apenas 21,7%.” Ela afirma que esse resultado está possivelmente relacionado ao maior teor de fenólicos apresentado pelo alho frito.

No decorrer da vida em prateleira, Yara observou que “a atividade antioxidante de quase todos os produtos diminuiu, sendo que somente o alho in natura a manteve”. Além disso, os resultados também demonstraram que os produtos com aditivos tiveram melhor atividade antioxidante, apesar de apresentar menor teor de fenólicos totais.

“O estudo reforçou o potencial antioxidante do alho, portanto, o seu consumo pode ser recomendado como parte de uma dieta saudável”, diz a pesquisadora. “No entanto, é importante ressaltar que foi um trabalho feito in vitro, não em sistemas in vivo, seja em modelo animal ou intervenção clínica com humanos. Novos estudos se fazem necessários para verificar se os mesmos resultados se reproduzem em humanos.”

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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