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Imagem da Imagem


Glauber Rocha por sua mulher Paula Gaitán

A roteirista e cineasta Paula Gaitán, viúva de Glauber Rocha, produziu o filme Diário de Sintra, em que registra o último ano de vida do cineasta, quando viviam em Portugal com seus filhos Ava e Erik Rocha. A obra, uma espécie de ensaio poético narrado em primeira pessoa por Gaitán, utiliza imagens inéditas em Super 8 com gravações feitas 25 anos mais tarde, e ainda explora uma face pouco conhecida de Glauber Rocha: sua relação filosófica com a morte. O lançamento do filme é acompanhado pela exposição “Imagem da Imagem”, que foi organizada em duas etapas. A primeira parte leva o público por um túnel de memórias do período em que Gaitán viveu com Galuber Rocha e seus filhos, entre 1980 e 1981. A imagem de um rio é projetada no chão e, nas laterais, estão monitores que apresentam imagens em travelling, captadas por uma câmera que passeia lateralmente sobre trilhos. Em outra sala, uma grande cápsula com 130 fotos e uma árvore projetada em vídeo (como se fosse uma imagem estática), apresentam imagens do cineasta, de seus filhos, da paisagem, das montanhas e das águas de Sintra. A exposição fica em cartaz até 23 de setembro, de terça a sexta, das 10h às 21h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, no Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 2168-1776). Entrada franca.

 


Iolanda Huzak

A mostra retrospectiva “Olhos de Ver, Olhos de Reparar”, que será inaugurada nesta quarta, às 20h, comemora 35 anos de carreira da fotógrafa Iolanda Huzak. São cerca de 60 imagens que representam um pequeno recorte de sua ampla produção, que estão divididas em quatro eixos temáticos: Palco é composto por fotos significativas do teatro e da música popular brasileira; Trabalho inclui imagens que enfocam o cotidiano de trabalhadores brasileiros e de outros países, como Honduras e Guatemala; Infâncias apresenta fotografias que constroem narrativas sobre crianças brasileiras e também de outras partes do mundo; e Cultura Popular traz as festas, danças, costumes e a arte brasileira, como resultado de suas viagens pelo País. Desde 1972, Iolanda atua no fotojornalismo de forma independente, dedicando-se principalmente a projetos com temas sociais, e já participou de várias exposições tanto no Brasil como no exterior, itinerando com a mostra “Imagens do Trabalho Infantil” pela Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, França e Estados Unidos. Em cartaz até 14 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Museu da Imagem e do Som (av. Europa, 158, tel. 3062-9197). Ingressos: R$ 3,00; aos sábados a entrada é franca.


Espaços Urbanos


Favelas construídas com caixas de fósforos e outros objetos

O arquiteto Sérgio Régis Martins inaugura nesta quinta, a partir das 20h, a exposição “São Paulo: Espaços Urbanos – Performances Congeladas”, no Instituto de Arquitetos do Brasil. A mostra apresenta uma instalação composta por um conjunto de simulações de minimaquetes sobre situações urbanas e de telas e objetos luminosos que fazem referência a edifícios paulistanos, como Estádio do Pacaembu, Catedral da Sé, Cine Bijou e Teatro Cultura Artística. As obras, no total 20 minimaquetes, estão dispostas em dez mesas, incluindo até um cruzamento com viaduto. Martins retoma seu trabalho com performance, em que tinha a intenção de recriar as ações e objetos cotidianos através da “ressignificação e recontextualização” dos mesmos. Para isso utiliza ready-mades (retificados ou não), que vai coletando pela cidade – são simples e pequenos objetos, como caixas de fósforos ou velas, por exemplo. A intenção do artista é provocar diálogos entre as obras e as artes plásticas, a arquitetura e a cidade. A exposição fica em cartaz até 5 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 18h, com entrada franca, no instituto (r. Bento Freitas, 306, Centro, tel. 3259-6866). Mais informações no Setor de Eventos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP pelo tel. 3091-4801.


Temporada de Projetos

O Paço das Artes recebe duas exposições individuais na Temporada de Projetos. A paulistana Alice Shintani apresenta cinco pinturas em que propõe um diálogo direto com o espaço expositivo, buscando a criação de ambientes e aproximando seus trabalhos do conceito de instalação. A artista traça novas relações entre a pintura e as demais linguagens, tendo um interesse especial pelos espaços virtuais. O mineiro Alan Fontes monta a terceira versão inédita da instalação A Casa, que desenvolve desde 2005. O trabalho consiste no jogo entre três elementos: pinturas em grande formato representando cômodos domésticos; móveis e objetos dispostos no espaço em relação direta com as pinturas; e uma animação na televisão da sala, em que os objetos da instalação ganham movimento. A materialidade e o virtual se contrastam por meio das cores: o ambiente é cinza, enquanto as pinturas e a animação são coloridas. A cada montagem, o artista sempre inclui novas influências e elementos que remetem ao espaço de exposição. Até 7 de outubro, de terça a sexta, das 11h30 às 19h, sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 17h30, no Paço das Artes (av. da Universidade, 1, Cidade Universitária, tel. 3814-4832). Entrada franca.


Arte como Questão


Projeto Coca-Cola (1970), de Cildo Meireles

A mostra “Arte como Questão – Anos 70” fecha o conjunto de quatro exposições, composto ainda por “Pincelada Pintura e Método – Projeções da Década de 50”, “Geração da Virada” e “Anos 80/90 Modernos, Pós-Modernos etc.”, que procurou retratar meio século da arte brasileira. A curadora Glória Ferreira reuniu cerca de cem artistas de várias regiões brasileiras em torno de 200 obras, 40 vídeos, além de registros e documentos produzidos entre 1967 e 1981, construindo o universo de experimentações que caracterizou as expressões artísticas da década. A seleção extrapola o eixo Rio/São Paulo e confere uma dimensão nacional à produção do período, destacando artistas como Paulo Bruscky e Vera Chaves Barcellos, cujas atividades foram determinantes em Recife e Porto Alegre. A exposição ainda inclui artistas como Antonio Dias, Carlos Vergara, Artur Barrio, Cildo Meirelles, Tunga e Anna Bella Geiger. A forte repressão da época provocou um solo comum de contestação política nas expressões culturais da década de 70, que também viu um movimento de afirmação da arte contemporânea no Brasil de então. Até 28 de outubro, de terça a domingo, das 11h às 20h, no Instituto Tomie Ohtake (av. Brig. Faria Lima, 201, Pinheiros, tel. 2245-1900). Entrada franca.


Anita Malfatti Gravadora

Está em cartaz a exposição “Anita Malfatti Gravadora – Uma Recuperação”, parceria entre o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP e o Centro de Preservação Cultural. É uma oportunidade para conhecer um aspecto pouco conhecido da artista, suas gravuras tidas como as primeiras do Modernismo, através de impressões documentais de matrizes pertencentes à coleção do IEB, resultado de um minucioso trabalho de pesquisa realizado pela professora Marta Rossetti Batista, que agora ganha homenagem póstuma. Entre os destaques, Árvores e O Colega, apresentadas na polêmica exposição individual de Anita Malfatti em 1917/18, em São Paulo. São raras as informações sobre seu aprendizado na arte da gravura, e mesmo sobre o total dos seus trabalhos. Sabe-se que iniciou seu estudo em Berlim, entre 1911 e 1913, dedicando-se à gravura em metal. A doação realizada por sua família em 1989 inclui o arquivo pessoal da pintora, cadernos de desenho e ainda matrizes de gravura localizadas depois do falecimento de Anita Malfatti. No total, são 22 placas de metal, uma sem gravação, outras com incisões frente e verso, na maioria trabalhos monocromáticos, de pequena dimensão, revelando texturas e linhas profundamente marcadas, e retratos simplesmente definidos em linhas incisas. Até 21 de outubro, de domingo a sexta, das 10h às 16h, na Casa de Dona Yayá (r. Major Diogo, 353, Bela Vista, tel. 3106-3562). Grátis.






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