A descoberta do continente americano, há meio milênio, em 1492, por Colombo, marcou um ponto de inflexão na história do Ocidente, o ponto depois do qual ele começou a espraiar sua hegemonia por todo o planeta. Para a Europa, a descoberta significou um momento de ápice. Não se pode dizer o mesmo das populações nativas do Novo Mundo, nem, necessariamente, daquelas que viriam povoá-lo. Serão muitas as comemorações deste quinto centenário, e há também os que se recusam a ver algo de festivo na ocasião. O Dossiê deste 12º. número da Revista USP pretende, por seu lado, colocar os eventos e suas conseqüências sob a lente da consideração crítica, tentando avaliar o que aconteceu e seu legado. A maior parte do presente Dossiê foi planejada por Ulpiano Bezerra de Menezes, diretor do Museu Paulista da USP. A revista acrescentou ao dossiê quatro outros textos: os de Jorge Schwartz, Jerusa Pires Ferreira, Leyla Perrone-Moisés e Flora Süssekind.
A seção Textos traz a parte inicial do primeiro canto da Ilíada transcriada por Haroldo de Campos e acompanhada de suas considerações sobre a transcriação. Trajano Vieira também discute Homero; Arlindo Machado analisa a cobertura telejornalística da Guerra do Golfo; Maria Teresa de Freitas investiga a obra de Restif de la Bretonne e Frank Lestringant aborda questões da História do Brasil. Livros traz artigos críticos sobre David Arrigucci Jr. e sobre os contos húngaros traduzidos por Paulo Rónai. Com este número, a Revista USP encerra seu terceiro ano de atividades.

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