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editorial77

Não se poderia começar de outra forma. Na década de 60 ficou muito famosa aqui, neste país, uma frase que ainda não perdeu seu efeito: "Quem não se comunica se trumbica". O autor era um apresentador de tevê que insistia em jogar bacalhau e abacaxi em platéias que agradeciam aos uivos – Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Trocando as tintas, na mesma época, um pensador canadense, Marshall McLuhan, sentenciava que o mundo caminhava para o que ele chamava de "aldeia global", expressão que também ficou célebre no mundo todo pela sacação de gênio nela contida. Em 2001, vivemos, continuamos vivendo, tanto o tempo de Chacrinha, o velho guerreiro, quanto o de McLuhan, a globalização já está aí. Este é o tempo da comunicação, e na ponta deste tempo temos uma rede, a Internet. Mas a Internet é apenas uma espécie de golpe de misericórdia. Há a tevê, o rádio, o jornal, o telefone com e sem fio, o satélite de comunicação… Somos literalmente atingidos por todos os lados ao mesmo tempo ao sair de casa, se habitamos na metrópole – não, o que acabou de ser dito não é lugar-comum. Vivemos imersos em ondas eletromagnéticas que nos empurram para cá e para lá, somos atacados brutalmente através dos olhos e dos ouvidos: compre na loja x, vá ao restaurante y, divirta-se com a família no lugar w, sua vida ficará muito mais simples sendo cliente do banco z. Quem está fora deste jogo – e neste país é simplesmente a imensa maioria da população – desgraçadamente não conta. Ou melhor, conta como estorvo. Parcela que tenta desesperadamente entrar na parada. (Veja-se a súbita migração do noticiário policial para os programas de entretenimento de domingo à tarde, como observa um dos colaboradores deste dossiê.) Mas tentativas de se mudar o rumo do jogo pipocam planetariamente, não há por que se esquecer de Seattle e Porto Alegre, como contraponto a um capitalismo global. Pronto, está feita a introdução a um dossiê mais do que necessário: "Comunicação". O leitor certamente ficará fascinado com o padrão dos textos publicados e com a envergadura das reflexões contidas – o que não admira, conhecendo-se os autores. Que o dossiê sirva como fonte de reflexão e inspiração a cada um dos leitores. Por si só, isso já nos daria um prazer de dever cumprido.

FRANCISCO COSTA

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Não se poderia começar de outra forma. Na década de 60 ficou muito famosa aqui, neste país, uma frase que ainda não perdeu seu.... (leia na íntegra)

 

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