editorial52

É desnecessário dizer o quanto foi saudável cada simples passeio por uma Bienal de Arte de São Paulo. Não importa em que edição. Simplesmente caminhar pelos corredores abarrotados de arte – tanto podia ser no bom ou no mau sentido –, respirando… arte. Pobre daquele que não acreditar, entender ou perceber que o objeto de arte tem uma aura, que dele emana força, energia próprias. Com a inauguração da XXV Bienal de São Paulo, o leitor que ainda não entrou em contato com a instituição terá uma oportunidade de ouro de saber por que cargas d'água se fala tanto dela. Porque para o bem ou para o mal, para além das discussões, das opiniões a favor ou contra, a Bienal continua presente. E neste volume 52 a revista traz justamente como tema de seu dossiê "50 anos de Bienal". Contando com um grupo de articulistas de alta qualidade, o painel que se apresenta nas próximas 146 páginas dá uma medida do que se tornou, com o passar do tempo, esse evento que mexe com o mundo das artes – em São Paulo e no globo. Estão aí contemplados tanto as artes plásticas quanto o design, tanto a arquitetura quanto o aspecto institucional da Bienal. O leitor terá a rara oportunidade de encontrar treze textos do mais alto gabarito que fazem uma leitura ampla, multifacetada e profunda do que significou para o país – e vem significando – esse acontecimento bianual do mundo das artes. Evidentemente, não há unanimidade de opiniões (poderíamos mencionar aqui Nelson Rodrigues, que escreveu em inúmeras páginas de sua enciclopédica obra que "toda unanimidade é burra"). Ao lado da diversidade de opiniões, análises refinadas que nada têm de puro "achismo", no melhor estilo da revista. Esperamos que você, leitor, sintase recompensado ao terminar a leitura. Finalizando, não poderíamos deixar de agradecer ao Arquivo de Arte da Fundação Bienal, que forneceu as imagens utilizadas no dossiê – elas certamente são uma atração à parte.

FRANCISCO COSTA