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Como se sabe à exaustão, vivemos num mundo intensamente sonoro. Não aquela sonoridade que dominava o planeta na infância da vida humana, que tinha como característica principal os sons que vinham da natureza. Do século XX para cá, com a possibilidade de se gravar materiais acústicos, passamos a conviver, cada vez mais intensamente, com a música. Com música crescemos, com música nos desenvolvemos e, por isso, não é nenhum disparate quando ouvimos alguém dizer que essa ou aquela canção “faz parte da trilha sonora da minha vida”. Pois bem, se os sons, se a música, são componentes tão fundamentais dentro de nossa existência, o que verdadeiramente sabemos de sua natureza e de onde eles provêm? Se é possível dizer que cada “tribo” cultua sua música (que faz parte de um estilo de vida), o termo parece apontar na direção da já mencionada infância humana – afinal, tribo remete imediatamente a povos indígenas, aborígines. Então estaria já aí implantada uma aparente contradição: quanto mais evoluímos em termos civilizacionais, para nos fazermos entender, para nos situarmos psicossocial e culturalmente, precisamos lançar mão de um termo, tribo, que ironicamente não só contradiz nosso grau de evolução social alcançado até aqui – e estou me referindo fundamentalmente ao homem, à mulher, que vive na cidade, na metrópole – como parece se adequar perfeitamente ao modo como vivemos hoje. Ou seja, paradoxal e bem-humoradamente, o que nos une nos distancia uns dos outros. Pois bem, foi pensando na questão do som e da música que resolvemos trabalhar nesta edição com o tema “Etnomusicologia”, uma viagem fascinante por uma disciplina ainda pouco conhecida e difundida no país, mas de extrema importância quando nos damos conta de que vivemos imersos em ambientes sonoros – do começo ao fim da vida. Para organizar este dossiê contamos com a valiosíssima colaboração do professor e etnomusicólogo Tiago de Oliveira Pinto, que não apenas cuidou da seleção e recolha dos textos, mas ainda teve um cuidado excepcional com a questão iconográfica, com as imagens que ilustram o dossiê. Acredita a Revista USP, por fim, que ao publicar este notável material, dada a sua abrangência cultural, dá espaço a um importante ramo do saber relegado, até o momento, a portas semicerradas da academia. Esperamos sinceramente que o leitor aprecie o dossiê tanto quanto nós, da redação. À música, então.

FRANCISCO COSTA

 

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Como se sabe à exaustão, vivemos num mundo intensamente sonoro. Não aquela sonoridade que dominava o planeta na infância da vida humana... (leia na íntegra)

 

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