SUBJETIVIDADE_

Por Wilton Garcia.
wiltongarcia.com.br.

 
A noção de subjetividade anuncia uma abertura dinâmica ao abstrato, oportunamente, como espaço de agenciamento e negociação. Na comunicação alternativa, esse espaço torna-se relevante para o respiro do sujeito na cena contemporânea; ainda mais com a cultura digital. Abrir significa permite a troca de informação. Ou seja, a subjetividade amplia o campo da comunicação. Por certo, trata-se muito mais de se antever ao efeito do que ao sentido, em razão do fluxo intercambiante da própria (re)dimensão subjetiva.

Determinada abertura, então, não se atinge de imediato devido as recorrências de imprecisão e imprevisibilidade das coisas no universo, ao (re)equilibrar variantes de uma manifestação quântica como vibração e frequência. Isto é, aquilo que apenas o sujeito acessa pode ser, provavelmente, pautado por subjetividade, a qual evoca a intimidade do Ser/Estar no mundo, para além da individuação.

Por isso, a compreensão de subjetividade escorrega a representação e, consequentemente, a linguagem de qualquer enunciado, de maneira deslizante. Somam-se termos e expressões que suavizam deslocamento e flexibilidade. Seria um não lugar para se constatar a imanência dos objetos e seus respectivos contextos que eclodem na intensidade da expressão discursiva – do verbal ao não verbal (e vice-versa). Verificam-se fatores intrínsecos na constituição eloquente do sujeito em sua sujeição (inter)subjetiva.

Numa primeira pontuação fina, o sentir envolve a vida aflorando alterações constantes. Eis o fruto impreciso das instabilidades recorrentes da respiração que pulsa a humanidade. Dessa forma, seria levar a pensar implica subjetividade, a qual permeia o sentir e a própria sensibilidade humana entrelaçada à inteligibilidade. Eminentemente, são valores e referentes que permitem estratégias discursivas com articulações enunciativas dinâmicas.

Nesse caso, a própria produção de subjetividade retira o sujeito da passividade, fazendo avançar na lógica cotidiana dos eventos/acontecimentos que alteram o senso comum. Por isso, formula-se uma provocação crítico-conceitual em busca de reflexão mais profunda, a gerar autonomia, emancipação e independência. Portanto, o debate sobre subjetividade possibilita questionar efetivamente a (re)dimensão de contemporâneo: provisório, parcial, inacabado.

A subjetividade em si mesma permite a felicidade, uma vez que abre a imaginação, o sonho… para além da realidade. Isso mostra uma abertura flexível cuja versatilidade traduz instâncias (inter)subjetivas e transversais. Reconhecer a subjetividade requer (re)examinar diferentes aspectos que envolvem a condição humana. E, com isso, desafiar a contemporaneidade.

A experiência humana, assim, prolonga as derivações estratégicas da vida humana, de acordo com a fecunda produção de subjetividade. Tai desfecho contribui com a produção de conhecimento, bem como a produção de informação. Logo, pensar a respeito da subjetividade colabora para ativar novas/outras resultantes inimagináveis.

Wilton Garcia é artista visual, Doutor em Comunicação pela USP, Pós-Doutor em Multimeios pela Unicamp e é Professor da Fatec Itaquaquecetuba/SP