EQUAÇÃO_

Por Wilton Garcia.
wiltongarcia.com.br.

Em busca de alternativas sobre a contemporaneidade como objeto de estudo, uma equação se eterniza para impedir a dúvida, a incerteza, o imprevisível. As coisas no mundo solicitam atenção. Seria, sim, uma lição contundente para se pensar acerca do campo contemporâneo da comunicação, em particular diante das adversidades das tecnologias emergentes: algoritmos, internet das coisas, redes sociais, telefone celular, aplicativos, entre outros.

Entre realidade, verdade e existência, essas situações complexas sobressaltam o viver e, com isso, amparam o debate da lógica como evidência do pensamento crítico-reflexivo entre dedução, indução, hipótese etc. Provavelmente, não se trata de garantir o que determina um fato, uma notícia, uma história, um evento, um acontecimento. Mas, o impulso de tentar acomodar as partes de qualquer ocorrido, por extensão enunciativa da equação, em evidência.

Disso, o esforço procura denotar um conjunto de regras racionais – legitimadas por um corpus elencado de objetividade (de dados) na produção de informação – na obtenção plausível de uma produção de conhecimento atrelada à produção de subjetividade: na intensidade de extravagâncias fecundas da produção de efeito. Uma equivalência ressalta a conotação, como estratégia complementar da ideia de equação nesse contexto.

Estrategicamente, alternar partes distintas do campo da comunicação para ancorar resultantes informacionais implica ponderar a participação de elementos circunstanciais, sem se ater às estridências e extremidades de qualquer objeto e seu respetivo contexto. Nesse caso, uma equação envolve valores desconhecidos com o objetivo de testar determinado desempenho, ao verificar as atribuições recorrentes sobre as coisas no mundo.

As equações – contendo matematicamente duas ou mais partes – podem ser equivalentes entre si, quando atingem as mesmas soluções de uma incógnita. Ou seja, os resultados matemáticos alcançam as mesmas raízes, capazes de totalizar uma média, de aproximação. Por lógica, (re)equaciona os elementos e contextos operacionais, (re)equilibrando os diferentes lados de uma figura qualquer. Do ponto de vista da matemática, a busca pelo número perfeito, com exatidão, proporciona os valores de qualquer variável.

Para facilitar o alcance de uma solução para qualquer problema, a equação distribui os dados (a informação) para promover melhor otimização representacional (de espaço-tempo), na expectativa de angariar resultados adequados aos desfechos de equilíbrio, entre partes. resolver um problema, nesse caso, requer utilizar-se de artimanhas para (re)equacionar os desdobramentos flexíveis, os quais atingem a proporcionalidade conveniente.

Na equação, nunca importa se são números, letras e/ou sinais, a ideia básica seria alcançar bons frutos capazes de gerar novas possibilidades.

Wilton Garcia é artista visual, Doutor em Comunicação pela USP, Pós-Doutor em Multimeios pela Unicamp, é Professor da Fatec Itaquaquecetuba/SP