Por Felipe Chibás Ortiz.
Não está escrito
mas primeiro foi seu corpo.
Mais tarde,
os dendritos crivados por seus seios,
os trilhos inacabados,
a sombra uivando no espelho,
o violão tremendo ali no eterno,
fertilizando esperma
para o ovo da sua mãe,
o lento relincho de Rocinante,
os fantasmas dissecados no tempo,
a pirâmide de Quéops,
os planetas,
a Bíblia,
o Alcorão,
e os códices maias.
Não está escrito
mas antes de Deus
foi seu corpo.
Escrito originalmente em: 21/05/1990 – 7h31
Poema publicado no livro Enquanto a Aranha de Cristal tece sua teia, 1990, de Felipe Chibás Ortiz.