Contribuição ao blog da Alterjor no formato de poesia, escrito por Yuri Brandão de Oliveira.
Harmonia da unificação
Mais uma vez um inimigo invisívelPara o mundo em crueldadeE terror.Não.Dessa vez não faloDa nossa desumanidade.Mutação…Não tão aleatória assim;Que estava escrita lá,Lá naquele artigo científicoQue ninguém leu;Ou leu?!E escrita no céuLido por astrólogosQue desacredito.Já são tantos mortosQue evito piscar os olhosCom medo de perder…A conta que nunca fecha;Ou fecha tarde demais.Fecha escola.Fecha cinema.Fecha universidade.Fecha tudo mais.Mas fecha,Depois que quem frequenta,Já morreu.Grupo de risco.10%.Gráficos.Estatísticas.Mas e a vida ?!Ninguém substitui Ela.A Janice que tinha um abraço…Tão bom.Seu Joaquim que fazia uma broa…Carla e aquele olhar;Que secou,Depois de tanto transbordar.Eu não conheço nenhum deles.Ouço falar todos os dias no jornalE mais outros milhares que se juntamE se eternizam,Em números;Não em vida.Meu coração disparou de novo.Assisto pela quinta vez hojeHistórias camufladas em números.Fui pegar um ar.Meu encontro com a natureza,Que usualmente me acalma,Me foi diferente hoje.Olhei para o céu.Fim de tarde.Lindo.As maritacas felizesGritando umas com as outras.Aquele azul que virava rosa.Nuvens despreocupadasCaminhando pelo céu.Eu não sei ao certo descrever.Nem o cenário fora,Tampouco dentro.Transbordei de molhar a camisa…Porque estava em todo lugar;Tudo aquilo que a gente não tinha:A harmonia da unificação.
* Yuri Brandão de Oliveira
Oliveira é estudante do sétimo período de medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU) e tem o costume de escrever poesias. A crontribuição publicada em Alterjor trata situação de pandemia da doença COVID19, provocada pelo contágio do Coronavírus.