Nesta pesquisa, discute-se a recepção da tradução italiana do livro Grande Sertão: Veredas (1956), de João Guimarães Rosa, realizada por Edoardo Bizzarri e publicada na Itália, em 1970, pela editora Feltrinelli. A descrição é feita sob três aspectos: a materialidade do livro, a perspectiva linguística e a dimensão mitológica. A partir desta última criou-se nesta tese a noção de mitotradução, baseada na teoria novalisiana de tradução mítica e na concepção de romance mitomórfico de Benedito Nunes. O texto em Língua Italiana foi analisado segundo os Estudos Descitivos da Tradução, na linha de Gideon Toury, e os modelos de descrição sugeridos por Lawrence Venuti, divisando o modo pelo qual o tradutor se torna coautor. A correspondência entre Rosa e Bizzarri é vista como uma guia seguida no processo traducional. A recepção da tradução na Itália, especialmente em Roma, é analisada através de entrevistas feitas a leitores universitários e ao público em geral.