A literatura brasileira, passada em revista pelos historiadores da literatura, apresenta temas de variada identificação do brasileiro em diversas manifestações nativistas: Indianismo, Sertanismo, Regionalismo e Nacionalismo. Desde os primeiros textos literários, ainda em escritores com formação erudita, em Portugal, os historiadores detectam a condução do homem nascido no Brasil, emoldurado pela geografia, fauna, flora, língua e pelos costumes, à sublimação estética. Assim, em gêneros diversos: narrativa, poema épico, sátiras poemática e epistolar e teatro, encontram-se discursos definidores dos elementos particulares de uma nação, a determinar suas diferenças e autonomia em face de outras culturas. Este estudo evidencia as correspondências entre o desenvolvimento histórico nacional e sua expressão na linguagem literária. O tema nacional ocorre desde a lírica catequética de Anchieta, passando pela revisão modernista dos temas urbanos e rurais, recorrentes no cânone literário brasileiro.
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro
Este trabalho procura refletir sobre as representações das paisagens rurais nos textos narrativos estrangeiros e nacionais para pensar as mudanças sociais engendradas na transição ruralidade/modernidade. Nesse sentido, tratou-se de as objetivar e interpretar como fatos sociais que são, levando-se em conta os diferentes processos simbólicos de que resultaram os textos literários em questão. Pensando primeiro na noção durkheimiana de construção social de significados e símbolos, na auto representação relacional da sociedade com seu meio, objetivamos e interpretamos os fatos sociais de acordo com as diferentes abordagens das Ciências Humanas para pensar os processos socioculturais e históricos dessa relação. Dessa forma, o conceito cosgroviano de paisagem, como ideia, é fundamental, pois permite estudar a trama das relações humanas, inscrita num meio natural e cultural. Por fim, refletimos sobre o processo de criação literária de representação dos fenômenos sociais.