O presente artigo pretende apresentar uma pequena análise do conto "Meu tio o iauaretê" (Guimarães Rosa), mostrando algumas marcas da tragédia grega na sua construção, sobretudo no que tange à representação do outro, tal como ocorre com o Dionísio, o estrangeiro lídio de As bacantes (Eurípedes). No papel desse outro, o personagem central vive uma crise de identidade: como branco, acaba incorrendo contra os valores da religião judaico-cristã; como índio, endossa alguns valores do mundo branco e, como animal, entra em confronto com a sua natureza humana.