Este artigo parte de um estudo realizado no arquivo de João Guimarães Rosa, no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP). Nele, a forma literária é percebida como uma tomada de posição que supõe um posicionamento do escritor no interior das contradições do processo social. Nesse sentido, defendo a ideia de que, em “Meu tio o iauaretê”, a conversa desnivelada, padrão narrativo também pre- sente em outros textos do autor, ataca a questão da desigualdade bra- sileira, representando-a.
Tomando como ponto de partida o resultado do concurso Humberto de Campos divulgado em 1938, no qual Guimarães Rosa conquistou a segunda colocação com os contos que, anos mais tarde, dariam origem a Sagarana, este texto pretende discutir a concepção de escrita de Graciliano Ramos, que atuou como um dos membros do júri naquela ocasião.