Este trabalho pretende refletir sobre o silêncio como particularidade da modernidade. Em nossa abordagem, utilizaremos o romance Grande sertão: veredas (1956), de Guimarães Rosa (1908-1967). Nesse sentido, nossa proposta é interpretar como o silêncio ou, ainda, o indizível se projeta como forma na narrativa. Nossa discussão, em suma, tem como objetivo mostrar como a temática em questão se torna parte da estruturação do romance, perfazendo-se em tópica moderna, ao evidenciar o inexprímivel em matéria de expressão artística. Por fim, este trabalho pretende demonstrar que o silêncio não se manifesta como ausência, mas como presença de questões.DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i7.3585
Este artigo tem como objetivo principal analisar o perfil problemático do protagonista Riobaldo, no livro “Grande Sertão: veredas”, do escritor João Guimarães Rosa. A abordagem evidencia o caráter do herói romanesco, que vivencia um conflito de inadequação com o mundo, marcado por suas reflexões. O romance é analisado à luz do conceito do herói problemático ou demoníaco concebido por Georg Lukács, presente na obra “A Teoria do Romance” (2000). Esta produção caracteriza o romance como um gênero profundamente relacionado ao surgimento da burguesia. Além disso, é utilizado, quando necessário, os conceitos de Walter Benjamin em seu ensaio “O Narrador” (1994), nele o filósofo aborda a questão do indivíduo solitário, que é retratado no romance moderno. A análise, por conseguinte, se acerca do conceito da construção da identidade, a partir dos conflitos interiores de Riobaldo. A obra em estudo, ainda aborda o conflito entre o “eu” e o mundo, dando espaço às marcas individuais do sujeito, característica predominante no romance moderno. Desse modo, a travessia do personagem Riobaldo, impotente perante a realidade, também é compreendida com o auxílio teórico de Candido (2002) e Nunes (2013) que evidenciam a relevância da produção de Guimarães Rosa.DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i7.3706