m 1956 a então Livraria José Olympio Editora trouxe a público, além de Grande Sertão: Veredas, a obra Corpo de Baile, de Guimarães Rosa, composta por sete novelas. Publicada naquele momento em dois volumes, apresentava as novelas como poemas, no primeiro índice; como romances ou contos, no segundo índice, além da denominação de “GERAIS” e “PARÁBASE”. Em 1960, o livro foi reeditado em volume único, mantendo-se, no entanto, as várias classificações para as narrativas. Na terceira edição, com o consentimento do autor, a obra foi dividida em três volumes autônomos, Manuelzão e Miguilim (1964), No Urubuquaquá, no Pinhém (1965) e Noites do sertão (1965), passando a figurar Corpo de Baile como subtítulo. Essa, no entanto, não foi a única e talvez nem mesmo a maior modificação que recebeu a obra. A classificação de “GERAIS” e “PARÁBASE” desapareceu, ausente do livro até a publicação comemorativa do cinqüentenário de Corpo de Baile, pela Nova Fronteira. A partir da quarta e póstuma edição, por um provável descuido da editora, novas falhas somam-se as já existentes, o que também só foi sanado na edição comemorativa a que nos referimos.
Em nossa comunicação, exporemos algumas das alterações empreendidas em Corpo de Baile e analisaremos suas implicações no projeto original da obra. A correlação entre a estrutura da Comédia Antiga presente em “Cara-de-Bronze”, por exemplo, classificada até a segunda edição também como parábase, obscureceu-se. Outras conseqüências prejudiciais à compreensão da obra como um todo serão igualmente apontadas.