O olhar português sobre o Brasil incita nosso imaginário, seja sobre questões iluminadoras ou ressentidas entre as duas nações. Vários ensaios de Eduardo Lourenço na obra A nau de Ícaro debruçam-se sobre essas questões. Dentre essas, a leitura de “Guimarães Rosa e o terceiro sertão” proporciona esse olhar do crítico português inicialmente sobre um momento considerado fundamental para a independência de nossa literatura: a semana de Arte Moderna de 1922. Adiante, relaciona esse acontecimento a obras fundamentais que focam o espaço conhecido como sertão, misto de espaço físico e construção imaginária-simbólica. Será na obra de Guimarães Rosa que essa construção será conduzida à hora zero, termo do utilizado pelo crítico para anunciar a importância da obra roseana.