Como o próprio título sugere no conto “Desenredo”, de Guimarães Rosa, há uma forte carga semântica de um texto maduro que desconstrói as formas anteriores da formatação da narrativa. Pertencente a terceira fase modernista, o regionalista brasileiro nos traz temas universais, em traços próprios, a partir de um narrador que teoriza e dinamiza a narrativa através de expressões populares e de um discurso elíptico, tornando o leitor participante ativo na construção de sentidos. Sob esses parâmetros, inclinamos a nossa análise do conto a observar o gênero literário em Julio Cortázar (1993); os elementos narrativos; vistos na Coleção da Série Princípios, e, sobretudo, a utilização da linguagem poética como recurso teórico e de exibição do fragmentário e caótico na literatura modernista, sob orientação de Alfredo Bosi (2013) e Antonio Candido (1989). Bem como, observamos o uso da ironia na construção de sentidos com base nos estudos de Georges Minois (2003) que, trasvestida do capote regional, leva-nos à questão central do conto: a temática da felicidade.