Estudo do uso narrativo da imagem dos cães na novela Campo Geral, de Guimarães Rosa. As relações entre a natureza e a cultura, de tanta importância na obra do autor, aparecem realçadas quando nos dirigimos ao papel desempenhado pelos cães, qual seja, o de marcadores do percurso narrativo, os quais redobram e anunciam as ações das personagens humanas. Análise dos elos entre o texto de Rosa e as tradições mítico-literárias que fazem uso de imagens semelhantes em relação a cachorros.
Qual a distância entre a incompreensão diante de atitudes alheias do que entendemos por loucura? Até que ponto é o homem capaz de se despir de seu individualismo em prol do bem estar dos que são por ele amados e da sociedade? Perguntas como estas tomaram nossas reflexões no desenrolar de contatos sucessivos com o conto “A benfazeja”, do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, cuja primeira edição, empreendida pela José Olympio, completa agora quarenta anos. Tencionamos buscar, portanto, com esta apreciação, algumas respostas para os questionamentos apresentados acima, a partir da análise das personagens Mula-Marmela, Mumbungo e Retrupé, bem como das relações entre elas estabelecidas e as demais personagens não nomeadas do texto.