Apoiado no ensaio “Dialética da Malandragem – caracterização das Memórias de um Sargento de Milícias” de Antonio Candido e na sua definição da figura do malandro, este artigo propõe uma análise das personagens de Guimarães Rosa e Ariano Suassuna, respectivamente, Lalino Salãthiel e João Grilo como protótipos do malandro brasileiro. Para tanto esquadrinharemos os seus percursos em suas narrativas, bem como demonstraremos que as suas ligações à clássica novela picaresca e à commedia dell’arte não passam de referências.
Este artigo objetiva discutir o percurso do modo como o sertanejo é apresentado em obras literárias brasileiras a partir do Romantismo, primeiro estilo em que aparece como personagem, até a intensa liberdade das Tendências Contemporâneas. Fundamentado em discussões sobre sertanismo e regionalismo com Albuquerque Júnior (2011), Almeida (1999), Castro (1984) e Freyre (1976), este trabalho se direciona para um olhar de como o sertão/sertanejo se insere numa “caminho” trilhado dentro da produção literária no trajeto das épocas mencionadas. Deste modo, com o estudo empreendido, entende-se que o sertanejo mítico e depois realista dos oitocentos, modifica-se no forte lutador diante da seca e das injustiças sociais no século XX, utilizando-se da sua força, resistência e bom-humor que lhe são característicos, encarando as árduas sagas com seus únicos recursos, os impalpáveis.
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