A comunicação pretende estabelecer como questão que sertão é uma espécie linguística performativa orientada pelo estalar da língua de Riobaldo. Tendo por guia a escuta do seguinte trecho da obra Grande Sertão: Veredas, escrita por João Guimarães Rosa, o qual diz: "Ações? O que eu vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada. Palavra pegante, dada ou guardada, que vai rompendo rumo" (ROSA: 1994, 245), busca-se compreender como a palavra pegante sertão, enquanto signo linguístico, ganha corpo e chão – entendendo-se aqui a extensão de suas veredas -, ao passo que o contar de Riobaldo vai atravessando, sulcando qualquer escuta que se oferece a pôr-se diante de si e a testemunhar o que o ele afirma conhecer. Indo além, entende-se que sertão é mais do que um som que reverbera na voz de Riobaldo e uma palavra prenhe de significados que se organizam no interior de sua narração, é a instalação de uma imagem que dá aparência às coisas narradas e à Riobaldo, instrumento d
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