Muito se tem falado sobre a confluência de gêneros da obra de João Guimarães Rosa, em sua fortuna crítica, porém o caráter bucólico de seu Grande sertão jamais foi abordado, provavelmente por esse espaço simbólico raramente se mostrar como um locus amoenus. Também Riobaldo raramente apresenta uma aurea mediocritas ou carpe diem ou fugere urbem. O narrador-protagonista dificilmente demonstra afeição ao estilo simples. É necessário, portanto, evidenciar o bucolismo rosiano do entendimento barroco de uma natureza viva e proliferante, a partir de uma poética comparada com a obra de Virgílio e de Claudio Manuel da Costa. Os antigos pastores poetas são convertidos em vaqueiros sertanejos por Rosa e Riobaldo possui dor de amor semelhante à de Claudio Manuel, em que o destino desdenha de seu amor, tal qual Galateia do de Polifemo.
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