O artigo visa pensar a possibilidade de uma antropogênese da humanidade fora das malhas da fenomenologia e da ontologia tal como a propugna o filósofo Emmanuel Lévinas. Isso supõe nuclear seu pensamento em torno de uma significância do non-sens e uma linguagem pós-ontológica que não traia o Dizer ético originário firmado na relação sem relação com outrem. Trata-se, portanto, de mostrar que a linguagem profética da humanidade fora de si alterada pelo advento do outro reverbera na linguagem poética do literato Guimarães Rosa graças à maneira como a carnalidade humana insurge como uma forma de quiasma que possibilita a intriga entre o discurso profético e poético em função de “outra maneira que ser” da ética da alteridade.