Este ensaio visa abordar o "romance" Riverdo Sussuarana, de Glauber
Rocha, em que o autor e Guimaraes Rosa se tomam personagens. A neobarroca
linguagem de excessos que constitui a narrativa apresenta uma escrita de
exceção, ate mesmo uma neografia, ou heterografia, de carater alegorico, como
desafio aortografia e como afirmação autogcifica de uma autoria fantasmag6rica.
O artigo pretende estabelecer relações entre as obras de Glauber Rocha e João Guimarães Rosa a partir da reflexão sobre o posicionamento do cineasta em relação à estética do autor mineiro, explicitado sobretudo em Riverão Sussuarana, único romance de Glauber Rocha, no qual Guimarães Rosa é uma personagem. Dessa maneira intenciona-se discutir certos conflitos compartilhados pela literatura e cinema nacionais, como a representação do sertão através de técnicas narrativas avançadas.