Por Circe Bonatelli
fotos por Cecília Bastos

 


Leia também:
Dois idiomas, várias cabeças
Crianças bilíngües têm organização cerebral diferente

 

 

© Cecília Bastos
Na escola bilíngüe, o calendário e as disciplinas seguem as normas do país anfitrião, ao contrário da escola internacional


Segundo explica a doutoranda no assunto, não é porque a alfabetização correu em inglês que a criança irá preferir a cultura norte-americana. Essa escolha está sujeita, entre outras coisas, aos valores que os jovenzinhos percebem seus pais, amigos e educadores atribuírem às coisas do mundo.

“A construção da identidade cultural está muito ligada à valoração que a sociedade dá para cada uma das línguas e objetos culturais relacionados”, prossegue Elisabeth. “Por isso, entra aí uma consideração importante: cada família deve pensar e refletir bastante sobre quais valores escolher na escola dos filhos, seja bilíngüe ou não.”

Ao receber a equipe da Espaço Aberto em sua escola bilíngüe no bairro do Morumbi, o coordenador pedagógico Lyle Gordon French fez questão de lembrar: “Por favor, não batam fotos da sala de aula com a bandeira dos Estados Unidos na frente. A reportagem da Veja fez isso, mas nós temos outros símbolos, outros exemplos”.

O apelo do canadense, que há mais de 20 anos trabalha no ramo em São Paulo, deu continuidade à sua explicação sobre o que está à sombra do segundo idioma. “Não dá para ensinar nenhuma língua sem a cultura relacionada. Aqui, a gente mostra Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália, um pouco da África do Sul e da Índia,” diz, enfatizando ainda que o colégio comemora Halloween e Ação de Graças, mas também Dia do Índio e Proclamação da República. “Tem a apresentação dos fatos, as crianças pesquisam e, no fim, elas determinam o que preferem.”

<anterior página 1 | 2

   







web
www.usp.br/espacoaberto