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PPGCOM ECA-USP lança selo de 50 anos

Selo elaborado por Dorinho Bastos (professor do Curso de Propaganda da ECA-USP) celebra os 50 anos do Curso de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (PPGCOM ECA-USP).

50 anos atrás, precisamente no dia 8 de janeiro de 1972, surgia o primeiro curso de pós-graduação da ECA: o Curso de Pós-graduação em Ciências da Comunicação. Pioneiro na área de Comunicação do Brasil e responsável pela formação de grande parte dos mestres e doutores em comunicação do país, o atual Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) se prepara para um ano novo de celebrações e novos desafios.

Muita coisa mudou nesses 50 anos de existência. Para Maria Immacolata Vassallo de Lopes, atual professora e ex-coordenadora do PPGCOM, as mudanças começaram em 2002, quando o programa celebrou seus 30 anos. Na época, as transformações se concentraram em reduzir as dimensões do programa, que admitia mais de 100 docentes (hoje são 34), e, principalmente, criar uma cultura de registro do conhecimento produzido por meio da Plataforma Lattes.

Em 2019, o PPGCOM passou por mais reestruturações, com modificações nas áreas de concentração e linhas de pesquisa, que se tornaram temáticas, e nos critérios de avaliação para os ingressantes, tudo isso com o intuito de criar uma coesão maior entre as atividades de ensino e pesquisa.

O PPGCOM manteve suas atividades de forma remota em 2021, com disciplinas, defesas, palestras e workshops para estudantes e novos ingressantes. Hoje o programa está organizado em três linhas de pesquisa:

  • Comunicação, redes e linguagens: objetos teóricos e empíricos;
  • Processos comunicacionais: tecnologias, produção e consumos;
  • Comunicação: interfaces e institucionalidades.

Com a pandemia e a paralisação das atividades presenciais, a pós também precisou se adaptar. “O contexto era muito desfavorável, mas mantivemos as disciplinas e o processo seletivo online. Foi um esforço enorme para que tudo funcionasse, uma colaboração grande de todos os docentes e alunos”, afirma Clotilde Perez, atual coordenadora do PPGCOM e docente do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo(CRP).

Expectativas e desafios para 2022

Diante das crises sanitária, econômica e educacional enfrentadas pelo Brasil nesse momento, Clotilde reforça a necessidade de pensarmos em maneiras de defender o ensino superior. “Acho que estamos no pior momento da história recente da CAPES e do CNPq, não só por redução de custos, mas também por redução orçamentária e por práticas de gestão nada republicanas. Desafios nós temos vários, e o primeiro deles é não se deixar consumir por esse contexto. Temos que pensar ‘ok, isso está acontecendo, o que a gente pode fazer?’”

A resposta pode estar na atuação política e midiática. Para a coordenadora, a universidade deve buscar cada vez mais diferentes maneiras de gerar visibilidade para o conhecimento que produz e criar um elo mais próximo com a população. Também é preciso reforçar a pesquisa como essência da pós-graduação.

 “O sentido da pós é produzir conhecimento, é fazer pesquisa de qualidade, é formar pesquisadores que vão contribuir para o desenvolvimento da sociedade brasileira, inclusive para não permitir que essas atrocidades que estão ocorrendo continuem a acontecer. Esse norte a gente não pode perder” .Clotilde Perez, coordenadora do PPGCOM, defende a pesquisa como ponto central na produção acadêmica

Para 2022, as expectativas são de celebração e reflexão. “Espero que esses 50 anos sirvam para comemorarmos todo o nosso progresso e refletirmos sobre a situação do nosso programa e o que desejamos para o futuro dele”, diz a professora Maria Immacolata.

Os planos são, principalmente, investir na internacionalização das pesquisas e aumentar a produção de artigos qualificados. Um dos meios utilizados atualmente pelo PPGCOM é a revista MATRIZes, periódico conceito A2 no Qualis, que compila artigos de docentes, estudantes e parceiros nacionais e internacionais.

Fonte: Reprodução / Site da ECA /Reportagem de Gabriela Schatz – 07 Janeiro 2022