"Não pretendíamos
fazer um levantamento estatístico, mas entender qual é
a relação que os jovens têm com a metrópole" |
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Alunos
da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)
da USP reuniram dados sobre dez tribos urbanas. O mapeamento sobre
a cultura do jovem urbano se transformará no livro Jovens
na Metrópole, previsto para o final deste ano. Ao todo,
15 estudantes dos cursos de graduação e mestrado participam
da iniciativa.
As primeiras pesquisas começaram em 2001, mas "a idéia
de transformá-las em livro surgiu há um ano, quando
percebi que os trabalhos desses alunos seguiam a mesma linha",
diz o professor José Guilherme Cantor Magnani orientador do
projeto. O estudo realizado pelo grupo NAU Jovem, do Núcleo
de Antropologia Urbana (NAU), será uma continuação
do livro Na Metrópole, produzido pelo mesmo núcleo.
"Jovens na Metrópole é um recorte da primeira
publicação, com o enfoque específico na música
e no estilo de vida do universo jovem", explica Magnani.
Durante um ano, o grupo fez reuniões semanais para apresentar
e discutir os dados coletados. Agora, o livro está em processo
de finalização, passando pela revisão dos textos,
"falta só encontrar uma editora", comenta Magnani.
A obra também contará com a participação
do antropólogo Hermano Viana, que escreverá o prefácio.
Cultura Jovem
Segundo Magnani, explicar e entender como o jovem se insere na paisagem
urbana, sua contribuição para a construção
da cidade e suas relações de troca entre ele e o meio,
é o objetivo principal dessa pesquisa. "Não pretendíamos
fazer um levantamento estatístico, mas entender qual é
a relação que os jovens têm com a metrópole",
afirma o professor. O grupo formado por pixadores é um exemplo
claro dessa relação. "Eles andam por toda a cidade
e se apropriam dela pra deixar uma marca" diz.
As tribos mapeadas pelo grupo de pesquisadores foram: Straight
Edge, Pixadores, Freqüentadores do Forró
Universitário, Instrumentistas, Freqüentadores
da Vila Olímpia, Freqüentadores de Raves, Circuito
Black, Japoneses que fazem Street dance, Góticos
e A cena do rock em São Carlos (único grupo de
fora da cidade de São Paulo).
Todas elas são formadas por jovens de 15 a 29 anos. Peças
de vestuário, música e visões políticas
são alguns dos fatores que criam um código capaz de
informar em qual grupo o jovem se insere. Os Straight Edge,
por exemplo, integram um segmento da cena punk e usam um "X"
preto tatuado na mão. Essa figura simboliza a forma de vida
adotada por eles, que não usam qualquer tipo de droga e não
consomem produtos derivados de animais. Em festas dos EUA, menores
de idade são identificados com um "X", para impedi-los
de comprar bebidas alcoólicas.
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