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Uma mala de viagem de madeira e muita criatividade. Esse foi o ponto de partida dos 450 artistas brasileiros que participam da exposição "Uma Viagem de 450 anos", no Sesc Pompéia. Eles tiveram idéias diferentes e inusitadas para representar, cada um a seu modo, o imaginário dos imigrantes que ajudaram a construir a cidade.

Com curadoria de Radha Abramo, as malas estão dispostas numa área de 800 m2, cujo cenário remete ao cais do Porto de Santos, por onde massas de imigrantes europeus chegavam a São Paulo principalmente do fim do século 19 até meados do século 20.

Outro destaque da cenografia, assinada por Marcos Medina, são os painéis gigantes com fotografias antigas do centro da cidade de São Paulo. A música ambiente é também alusiva à cidade.

Entre as variadas técnicas utilizadas pelos artistas, estão fotografia, arte digital, gravura, colagem e pintura. Blue Life, mala assinada pela paulista Lourdes Indelicato, de 84 anos, foi forrada com grãos de café. "Eu quis mostrar a imigração dos espanhóis, portugueses e italianos, que vieram para as plantações cafeeiras", conta Lourdes. Por fora da mala, ela fez colagens de imagens de índios com o padre Anchieta.

Tereza Cristina Leão "recheou" sua mala de velas para formar a bandeira do Brasil, em Reza Braba. Em Memórias, Fábio Py ampliou cópia de carta de 1940, escrita por um imigrante que convencia amigos a virem para o Brasil.

Outras obras propõem a discussão de temas atuais, como a de Wilson Garcia, intitulada Sida Oxu. Ele tratou do preconceito contra a Aids e o homossexualismo na cidade. "A própria mala é um corpo, mas de um organismo debilitado", diz. Sua mala está envolta em gesso, e dentro guarda uma foto, fora de foco, de um corpo masculino. "Minha intenção é propor um estranhamento reflexivo", garante.

Em "Uma viagem de 450 anos", as malas provocam encantamento e transfomam o visitante num imigrante do século passado em busca de sua mala/identificação. Achá-la, no entanto, é um desafio envolvente.

 

 

 

Uma Viagem de 450 anos
 

Sesc Pompéia
Rua Clélia, 93
t. 3871-7700

terça a sábado, das 9h às 20h30, domingos e feriados, das 9h às 19h30
Entrada franca
Até dia 29 de fevereiro

A exposição "Bellatrix e o Palácio do Tempo - Uma visita ao início da telefonia" é uma oportunidade de conhecer a oficina de Graham Bell, o inventor do telefone, e os primeiros aparelhos que ele construiu. Na mostra é contada a história do desenvolvimento dessa tecnologia através de experimentos, aparelhos, um jogo interativo e cartões-postais da época, que explicavam como funcionava um telefone. Há ainda aparelhos bastante antigos que poderão ser usados pelos visitantes.

Bellatrix e o Palácio do Tempo
 

Estação Ciência
r. Guaicurus, 1.394
Lapa
t. 3675-8828

terça a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados e domingos, das 13h às 18h
entrada gratuita
em cartaz até 25 de abril

O italiano radicado na capital paulistana Mick Carnicelli retratou a cidade de São Paulo nas décadas de 40 e 50. A partir do casarão onde morava, na avenida Paulista, o artista mostra o crescimento da cidade e os primeiros prédios erguidos na própria Paulista ou ainda no Vale do Anhangabaú, no Largo Paissandu e na avenida São João. São cerca de 70 obras selecionadas pelo curador Tadeu Chiarelli para a mostra "Mick Carnicelli - São Paulo paisagem da alma".

 
Em comemoração aos 150 anos da ferrovia no Brasil, a exposição "Nos Trilhos da Cantareira" reúne 50 fotos inéditas do Tramway da Cantareira na década de 50. Construída de forma simples, destinada exclusivamente ao transporte de carga, em 1894 a ferrovia já funcionava a pleno vapor, e foi no início do século 20 que a Cia. Cantareira institui o transporte de passageiros. A mostra presta ainda uma homenagem ao fotógrafo Carlheinz Hahmann, pioneiro no registro das ferrovias brasileiras.
 
Nos Trilhos da Cantareira
 

Memorial do Imigrante
r. Visconde de Parnaíba, 1.316
Mooca
t.
6693-0917

terça a domingo, das 10h às 17h
(inclusive feriados)
ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00
em cartaz até 28 de março

Chegaram a São Paulo, diretamente do Vaticano, 300 cartas escritas por jesuítas entre 1553 e 1601, pertencentes aos arquivos históricos da Companhia de Jesus. Nessa grande correspondência, estão incluídas 17 cartas do padre José de Anchieta, a maioria escrita em latim. A primeira, enviada a Inácio de Loyola e datada de 1554, é sobre a primeira missa rezada na região. Os documentos testemunham o nascimento da cidade de São Paulo, os detalhes de sua paisagem e os costumes da então Vila de Piratininga.

Cartas de Anchieta
 

Museu Padre Anchieta
Pátio do Colégio, 84
Centro
t. 3105-6899

terça a sexta, das 9h às 17h
sábados e domingos, das 11h às 16h
ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50
grátis no último domingo de cada mês
em cartaz até 23 de maio

por
Júlia Tavares e Cláudia Costa
 
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