texto: Cinderela Caldeira


 

 

 

73% das crianças desaparecidas fogem de casa

Esse é o resultado do levantamento feito junto às famílias cadastradas no Projeto Caminho de Volta: Busca de Crianças Desaparecidas no Estado de São Paulo, que completou dois anos de atividades. O objetivo da pesquisa é, com base nas informações, elaborar medidas eficazes de prevenção do desaparecimento, que hoje chega a 8 mil casos por ano, só no Estado de São Paulo.

A pesquisa abrangeu 302 famílias cadastradas nos 18 meses iniciais do projeto. O estudo mostrou que a maior parte dos desaparecimentos ocorre na adolescência. Do total dos casos analisados, 177 desaparecimentos eram de meninas e 125 meninos. Entre as meninas, 49% estão com idades entre 13 e 15 anos, e 30% entre 16 e 18 anos. No caso dos meninos, 36% ocorrem entre 13 e 15 anos e 35% entre 8 e 12 anos. Pelo relato dos familiares, 73% dos desaparecimentos foram provocados por fugas de casa e os motivos são maus-tratos (51%), alcoolismo (36%), violência doméstica (29%), drogas (25%), negligência (22%), abuso sexual/incesto (11%).

Os psicólogos do projeto também entrevistaram 84 crianças (49%) das 173 crianças encontradas com vida, e 77% confirmaram que fugiram de casa. Sendo que 32% pela primeira vez e 68% mais do que uma. Para as razões da fuga, os menores revelaram: o conflito familiar em 32% dos casos, 25% por aventura, 11% maus-tratos/violência doméstica, 10% por medo, 25% abuso sexual/miséria e 17% por outras razões.

O Projeto Caminho de Volta, criado pelo Centro de Ciências Forenses (Cencifor) da Faculdade de Medicina em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, já atendeu mais de 350 casos de desaparecimento no Estado, sendo 83% na capital e 17% no interior do Estado. O atendimento do projeto é feito na 2ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP (rua Brigadeiro Tobias, 527 – 3º andar – Luz) e no Cencifor (rua Teodoro Sampaio, 115 – Cerqueira César). Mais informações pelos telefones (11) 3061-7589 e 3085-9677.

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