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Tanto
na bulimia como na anorexia existe uma baixa
auto-estima pronunciada. “São
pessoas que tentam criar uma forma de compensação
no corpo por uma sensação
de não aceitabilidade”, explica
Nabuco, que admite a possibilidade de que,
talvez, uma herança genética
também contribua para alguma predisposição
bioquímica cerebral que crie essa
vulnerabilidade.
“A minha preocupação não é perder
peso, mas não ganhar. Quando como,
sinto culpa e frustração
e acabo tentando me livrar do que comi”,
conta uma funcionária do Instituto
de Biociências (IB). “Isso começou
quando eu tinha cerca de 17 anos. Já tomei
remédio para controlar a ansiedade.
O último período durou dois
meses e começou de novo há duas
semanas”, conta Érica, hoje com
26 anos. |
“Enquanto as bulímicas vivem uma montanha-russa emocional, as anoréxicas
têm uma característica básica: o perfeccinismo.” Cristiano
Nabuco de Abreu
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A discussão
na mídia dos transtornos alimentares
faz parecer que o número de casos
tem aumentado. Um dos motivos recentes que
efervesceu essas discussões foi a
pressão feita pelo governo regional
de Madri para que modelos com IMC inferior
a 18 fossem dispensadas da principal semana
de moda espanhola. Os casos de bulimia realmente
têm aumentado, mas a anorexia nervosa
permanece numa faixa de 0,5% a 2,5% da população.
Os médicos têm mais habilidade
e rapidez em fazer o diagnóstico.
Como perceber
O psicólogo dá dicas de
como perceber se uma amiga apresenta sinais
desses transtornos. “A bulímica é uma
pessoa com características pendulares:
não come nada ou come muito. Isso
pode ser observado em tudo na vida dela.
São pacientes que ficam no emprego
e de repente caem fora, depois voltam;
mantêm um relacionamento amoroso
estável, brigam com o namorado e,
em seguida, reatam. Alimentam-se e correm
para o banheiro, para provocar vômito,
ou perdem o controle na hora da alimentação.”
A anorexia é perceptível
pela própria aparência corporal.
Segundo Nabuco, é preciso observar
se existe algum tipo de idiossincrasia
no alimento, ou seja, alguma mania que
se repete. “As anoréxicas não
se alimentam em público ou, quando
o fazem, demoram muito tempo. É comum
dividirem a comida no prato em quatro quadrantes,
um deixam esfriar, um comem, outro é para
o santo, ou seja, desenvolvem rituais.”
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