OMS
altera níveis mínimos para
a poluição do ar
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) alterou, em outubro, os níveis
mínimos recomendados para a poluição
do ar em todo o mundo. Pelos novos índices
estabelecidos pela OMS, a média diária
recomendada para partículas inaláveis
foi reduzida em um terço: passou de
150 µg/m³ (microgramas por metro
cúbico) para 50 µg/m³.
O ozônio baixou de 160 µg/m³ para
100 µg/m³ a média de 1
hora máxima. O dióxido de enxonfre
teve média diária reduzida
de 100 µg/m³ para 20 µg/m³.
O dióxido de nitrogênio não
sofreu alteração.
Paulo Hilário do Nascimento Saldiva,
professor e diretor do Laboratório
de Poluição Atmosférica
Experimental, e Nélson da Cruz Gouvêa
professor do Departamento de Medicina Preventiva
da Faculdade de Medicina (FM), foram os únicos
pesquisadores brasileiros, especializados
em poluição atmosférica,
a participar do comitê da OMS que alterou
os níveis.
De acordo com Saldiva, a partir dos novos
níveis foi constatado que todos os
grandes centros urbanos do Brasil estão
fora dos novos padrões mundiais de
qualidade do ar. O professor avalia que “a
poluição do ar já deixou
de ser apenas um problema ambiental e passou
para a esfera da saúde pública.
A má qualidade do ar, comprovadamente
reduz a expectativa de vida, leva ao abortamento
e eleva os riscos de doenças cardíacas
e de câncer”.
Os novos padrões de qualidade do
ar definidos pela OMS dependem de decisões
de cada governo para serem implementados. “No
Brasil, é necessário que o
governo, os empresários e a indústria
automobilística se reúnam e
discutam o que fazer para diminuir os níveis
de poluição”, afirma Gouvêa.
As principais fontes de poluição
na cidade de São Paulo, de acordo
com Saldiva, são os veículos
com motores a diesel e a motocicleta com
motor pequeno. Na opinião do especialista,
as principais medidas que deveriam ser adotadas,
a curto prazo, são a melhoria dos
veículos a diesel e um programa eficaz
de inspeção e manutenção
de veículos. |