O verde com raízes na Casa do Estudante

Salário combinado, exame médico e green card prontos. “Mas aí lembrei de uma vaga na USP.”Celso Omoto.


Créditos: Francisco Emolo
“O mérito de um professor é saber se comunicar.”


O tema presente em seu mestrado e doutorado é o estudo da seleção de pragas que se mostram resistentes ao uso de inseticida. Isso diz respeito ao meio agrícola e às pestes domésticas como a barata, por exemplo, que conseguem sobreviver ao uso de venenos. Omoto foi criado em Londrina, município ao norte do Paraná, onde a família de imigrantes japoneses cultivava café. “Eu vi de perto as dificuldades dos meus pais e tios para enfrentar insetos que atacavam a produção.”

A área de atuação do professor está diretamente relacionada a questões econômicas e, principalmente, ambientais. Por esse motivo, foi indicado pela USP para participar da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança, a CNTBio. Aprovado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, o professor fez parte do comitê entre 2003 e 2005. “O grande mérito nesse caso foi participar de decisões que carregavam alto peso ideológico, mas utilizar apenas critérios científicos para discernir sobre cada um.” Ele se refere a situações como o estudo de plantas transgênicas, alvo constante de polêmicas. “Existem assuntos que precisam ser mais explicados para a população ter possibilidade de entender os benefícios e os possíveis riscos.”

Em meio a pilhas de envelopes com trabalhos para estudar (alguns envelopes ainda fechados), Omoto conta seus planos para o futuro: busca um pós-doutorado no exterior e uma vaga de professor titular na Universidade. “Eu me divirto muito, adoro dar aula. A cada ano, vamos ficando velhos, enquanto os alunos permanecem com a mesma faixa de idade. E nós precisamos falar a mesma língua. Aí, quando os estudantes ficam na classe mesmo depois da aula encerrada, é algo muito gratificante pra mim.”

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