“Centralização sem criar mais burocracia”, sugere o professor Agopyan.
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Combate fraudes e burocracia
A professora Sandra Nitrini é vice-diretora
da FFLCH, unidade que mais expede diplomas
na USP: cerca de 1.650 por ano, somando
graduação e pós-graduação. “Assinar
tudo isso é uma tarefa insana.
Leva dias”, aponta.
Apesar de o novo diploma evidenciar
a integração e o combate às
falsificações, talvez o
maior dos benefícios, na prática,
seja a eliminação de processos
burocráticos que ocupam excessivamente
os funcionários da Universidade,
como o exemplo mencionado na FFLCH.
O berço do projeto é a
Escola Politécnica, onde o então
diretor Vahan Agopyan (hoje diretor do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
IPT) e um grupo de professores sugeriram
alterações no diploma da
própria unidade ainda em 2005.
A idéia inicial procurava valorizar
o modelo, mas também simplificar
a sua emissão. “Falamos em centralização
sem criar mais burocracia”, relembra
o professor Agopyan.
Há dois anos, um diploma da Poli
passava por cerca de 140 etapas desde
o requerimento do formando até o
seu recebimento. “Na Seção
de Alunos tramitava umas sete, oito vezes.
Na revisão de histórico,
ia e voltava umas três vezes. Eram
coisas desnecessárias”, conta.
Uma vez superados esses entraves, o
ganho da Universidade com liberação
dos funcionários para outras tarefas
assume dimensões maiores do que
o combate às falsificações
de diploma. A USP não tem uma
estimativa sobre a quantidade de fraudes,
mas afirma ser comum o telefonema de
instituições internacionais,
buscando confirmação sobre
a legitimidade de um documento. “Perto
do número de diplomas expedidos
a cada ano, acredito que as farsas devem
ser um número pequeno”, avalia
Agopyan.
Na visão do professor Francisco
Homem de Melo, responsável pelo
design do novo modelo, os mecanismos
gráficos anti fraude não
merecem excesso de preocupação. “O
diploma não é papel-moeda.
Se houver dúvida quanto à veracidade,
basta consultar a USP. Esta sim, deve
ter um banco de dados bem montado.” |