“O erro permite a aprendizagem, o crescimento e a resistência.” Eugênio
Mussak
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O 14-bis de Santos Dumont só tem esse
nome, porque, antes dele, o pai da aviação
já havia construído outros
13 modelos, entre balões, dirigíveis
e quase-aviões. Cem anos depois, apenas
a 14ª máquina voadora e os Demoiselles
(nome dado os bem-sucedidos modelos 19 e
20) são celebrados pela população. É claro!
Quem iria erguer-lhe um monumento por ter
apenas se chocado contra árvores durante
as experiências com o número
1, ou por ter quase morrido em uma explosão
com o número 5? Ele errou muito mais
do que acertou, porém seu trunfo valeu
por todas as tentativas frustradas.
Desde as primeiras experiências para
conferir dirigibilidade aos balões
da época, até o vôo com
o 14-bis, em 1906, Santos Dumont evoluiu
graças à observação
e catalogação dos erros. Tanto
os grandes gênios da humanidade quanto
os cidadãos comuns esbarram em erros
cotidianos. A grande sacada é estabelecer
uma conexão entre erro e aprendizado,
ou seja, aprender com os resultados negativos.
Sem isso, corre-se o risco de repetir os
enganos sem progredir.
É preciso esclarecer, no entanto,
que os erros não são todos
iguais, segundo explica Eugênio Mussak,
especialista em gestão de recursos
humanos e professor da FIA, fundação
ligada à FEA (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade)
da USP. Existem os incidentes que resultam
de desatenção, incompetência
e desinteresse, e aqueles que surgem por
uma conseqüência natural de algo
inovador, ainda em experimentação.
“Os erros por desatenção devem
ser eliminados, são nocivos a qualquer
empresa. Já a criatividade e inovação
têm que ser valorizadas no ambiente
coorporativo,” afirma Mussak.
A explicação para essa dica
de incentivo é que o empreendedorismo
requer curiosidade e transgressão.
Curioso é o cara chato do trabalho,
porque faz muitas perguntas. Porém,
costuma ser um dos mais informados. E o transgressor é aquele
que pensa em transformações
e formas inéditas de realizar as mesmas
tarefas. Nesse caminho, ambos costumam cometer
erros, mas, entre os tropeços, acabam
contribuindo com uma boa proposta. |