por Daniel Fassa

arte sobre foto de Jorge Maruta

 

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© Jorge Maruta
Instalado no distrito de Ermelino Matarazzo em 2004, antes da inauguração da USP Leste, o Nasce chegou para ser o primeiro pé da Universidade na zona leste.

 

 

 

 

 

 

 



Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional da USP Leste prima por gratuidade e promoção social aliada a ensino e pesquisa.

Tão logo se decidiu que a USP abriria um novo campus em São Paulo , a zona leste da capital paulista surgiu como forte candidata a sediá-lo. Habitada por mais de 4 milhões de pessoas, a região apresenta alguns dos piores indicadores socioeconômicos da cidade. Assim, inaugurada em 2005, a USP Leste surgiu como uma tentativa de ampliar o acesso da população à reconhecida excelência da Universidade, seja no ensino e na pesquisa, seja nas atividades de extensão. Antes disso, no entanto, a fim de abrir as portas das inúmeras comunidades da região à instituição e dar início a uma integração duradoura, foi instalado, em Ermelino Matarazzo , o Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce).

A instalação de um núcleo da USP bem no centro de um distrito da zona leste reflete a disposição de não só trazer as comunidades para dentro da Universidade, mas levar os universitários para as comunidades. Dessa forma, estudantes e professores entram em contato com a realidade da população e, a partir do ensino e da pesquisa, podem propor soluções e desenvolver projetos de extensão. Por isso, antes mesmo da inauguração do novo campus, o Nasce já oferecia em sua sede um cursinho pré-vestibular, cursos de informática, estudos sobre o meio-ambiente, tudo gratuitamente. Para isso, contava com a ajuda de alunos e professores do campus do Butantã, além das parcerias com órgãos públicos, como o Sebrae, que se mantêm até hoje.

Inicialmente, a coordenação do núcleo esteve sob a responsabilidade da professora Sônia Castellar, da Faculdade de Educação. Entretanto, com a inauguração do campus da zona leste, o professor Ulisses Araújo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), assumiu o cargo. A partir de então, toda a gestão e execução dos projetos do Nasce passaram para a USP Leste, permitindo maior integração entre a Universidade e as comunidades.

Nesse sentido, um seminário com estudantes, professores e líderes comunitários da zona leste começou a ser realizado na EACH duas vezes por ano, com o intuito de discutir propostas para o desenvolvimento da região. “Desde que eu assumi, estamos promovendo seminários com as comunidades, ouvindo suas demandas e apresentando os potenciais que nossos professores e alunos têm”, explica Araújo.

 

 

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© Jorge Maruta
“Muitas faculdades têm esse núcleo [Nace – Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão] vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão. O único deles que tem o S, de social, é o da USP Leste”, destaca Ulisses Araújo, atual coordenador do projeto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Os projetos do Nasce têm uma ligação muito íntima com o ensino e a pesquisa desenvolvidos na USP Leste. Portanto a maioria deles está relacionada a algum dos dez cursos oferecidos pela unidade. É o caso do projeto de acompanhamento de mulheres gestantes da região, que corresponde ao curso de Obstetrícia, ou do curso de gestão na área têxtil, que, em parceria com o Sebrae, aproveita o potencial da faculdade de Tecnologia Têxtil e da Indumentária. Além desses, já foram realizados ou estão em andamento projetos na área de gerontologia – que também corresponde a uma graduação da EACH – educação comunitária, formação de professores do ensino básico e capacitação de lideranças comunitárias sobre a constituição nacional. Durante todo este ano, também está acontecendo o projeto Cultura Musical, que leva música clássica para a Praça 1º de maio, em Ermelino Matarazzo. Conheça o projeto na matéria.

Todas as atividades desenvolvidas pelo Nasce são gratuitas e visam a contribuir para o desenvolvimento econômico e social da zona leste, tanto através do ensino e da pesquisa quanto através da extensão. “Muitas faculdades têm esse núcleo [Nace – Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão] vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão. O único deles que tem o S, de social, é o da USP Leste”, destaca Ulisses Araújo, atual coordenador do projeto. O próprio projeto da USP Leste vai nessa direção. Tanto que, no primeiro ano de faculdade, os alunos dos dez cursos fazem um ciclo básico, no qual cursam uma disciplina chamada Práticas de Cidadania e desenvolvem projetos junto às comunidades da zona leste. Ao término desse período, são incentivados pelo Nasce a dar continuidade ao trabalho.

Obviamente, nem todos o fazem, como destaca o estudante Ramon Luiz Zago de Oliveira, graduando de Gestão de Políticas Públicas e estagiário do Nasce: “Até pelo projeto pedagógico, o perfil do aluno da EACH é mais engajado. Mas ainda tem muita gente preocupada com o próprio umbigo”.

O professor Ulisses Araújo ressalva que a função da Universidade não é assumir o papel do Estado. Por outro lado, para ele, é muito importante que o conhecimento acadêmico esteja aliado ao cotidiano das pessoas. “A USP Leste foi criada para ter uma interação mais forte com a comunidade do entorno. Essa é uma tendência de muitas universidades no mundo inteiro. É uma forma de você articular teoria e prática, conhecimento científico com conhecimento cotidiano. A ação do Nasce potencializa essa ponte, essa articulação”, conclui Araújo.

Serviço:

Confira mais informações sobre os seminários realizados pelo Nasce junto à comunidade na matéria do Jornal da USP “ Mais interação com a zona leste”.

Conheça o site do Nasce

 


 
 
 
 
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