por Daniel Fassa
fotos por Jorge Maruta

Desvendando mistérios

 

Leia também:
Abandonados à porta da ciência
Em falta, corpos não-reclamados são importantes para o ensino básico de anatomia aos alunos de biológicas
Aprender com a morte
Serviço de Verificação de Óbitos presta serviços à comunidade e apóia ensino e pesquisa

 

© Cecília Bastos
“Os clínicos trazem as informações vivenciadas por eles na clínica e os patologistas apresentam os achados da necropsia. O radiologista também apresenta os dados radiológicos, que são correlacionados com os achados macroscópicos. Todos aprendemos muito com isso.” Maria Cláudia Zerbini, diretora do SAP.

 

 



Dados obtidos com necropsias permitem controle de qualidade dos hospitais

Além de ser muito importante para ensino e pesquisa, o processo de necropsia é peça fundamental no controle de qualidade dos hospitais. Isso porque, a partir das valiosas informações obtidas com o procedimento, podem ser realizadas reuniões anatomoclínicas em que se discute cada caso em detalhes. Dessa forma, é possível comparar o diagnóstico feito pelos profissionais durante o período de internação do paciente com aquele obtido após sua morte. Além disso, as informações permitem determinar a extensão da doença, suas conseqüências no organismo, os efeitos dos medicamentos, entre outras coisas.

Para Carlos Augusto Pasqualucci, diretor do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, o ideal seria que os hospitais, pelo menos os de porte médio, tivessem o seu serviço de anatomia patológica e fizessem as suas autópsias. “Você aprende muito com essas reuniões anatomoclínicas. Em hospitais-escola ainda se faz. Na Faculdade de Medicina ainda se faz. Deveriam fazer com mais freqüência, mas se faz”.

Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Hospital Universitário da USP é testemunha da importância dessas reuniões para o controle de qualidade e também para a aprendizagem. Desde julho deste ano, reuniões de discussão das necropsias da semana vêm sendo realizadas. A diretora do SAP, professora Maria Cláudia Zerbini, considera essas atividades muito importantes. “Os clínicos trazem as informações vivenciadas por eles na clínica e os patologistas apresentam os achados da necropsia. O radiologista também apresenta os dados radiológicos, que são correlacionados com os achados macroscópicos. Todos aprendemos muito com isso.”

 

   







web
www.usp.br/espacoaberto