por Circe Bonatelli

 

 

 

 


A estatueta foi moldada pelo artista plástico autodidata Bernardo Cid de Souza Pinto. Ele venceu o concurso em que participaram outros 31 escultores, em 1959

 

 

 

 

 


Desde o ano passado, a cerimônia de entrega do prêmio deixou de ser realizada no Memorial da América Latina e foi transferida para a Sala São Paulo. Em 2007, está marcada para 31 de outubro

 


Cientistas presentes na evolução do maior prêmio literário do Brasil

Na atual edição do Prêmio Jabuti, a USP avança a passos largos. Das 20 categorias e o total de 2.052 livros inscritos, quatro foram vencidas pela comunidade uspiana.

O mérito é de professores e pesquisadores do IP (Instituto de Psicologia), IME (Instituto de Matemática e Estatística), FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e São Francisco (Faculdade de Direito). A Edusp (Editora da USP) também entra na contagem, com outras obras entre os finalistas (veja lista completa no final da matéria).

“Por ser representativo e abrangente no mercado editorial, o prêmio é capaz de mostrar as tendências”, diz José Luis Goldfarb, curador do evento desde 1991. “Com certeza o mundo acadêmico acordou. Há vinte anos, não havia obras científicas entre os inscritos, porque a maioria dos livros no Brasil era traduções de outros países. Hoje a produção científica nesse sentido é crescente e a USP aparece como um termômetro disso”, completa.

Um dos vencedores da edição 2007 sagrou-se bicampeão. O designer gráfico e professor da FAU Francisco Homem de Melo já havia ganho o prêmio em 1996 como a melhor capa. Este ano, foi eleito na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes. “Eu fiquei surpreso, porque nem tinha feito a inscrição. Foi a editora que fez”, conta Chico, como assina o livro.

Evolução do Prêmio Literário

O Prêmio Jabuti foi concebido em 1958 pelo então presidente da Câmara Brasileira do Livro, Edgar Cavalheiro. No ano seguinte, foi realizada a primeira premiação, em que estava nada menos que o baiano Jorge Amado. Sua obra Gabriela, Cravo e Canela foi a pioneira da categoria mais benquista até hoje, Romance.

A organização inicial pensava em valorizar a produção literária do País, estimulando o trabalho de romancistas, poetas, cronistas e ilustradores. Mas ao longo desses 49 anos, outras áreas também passaram a ser homenageadas: o total de categorias aumentou de sete para vinte, abrangendo também a comunidade científica e o mercado editorial. Após a transformação, as estatuetas se dividiram entre mestres da literatura, pesquisadores, professores e designers gráficos.

Com a adesão das novas classes à honraria, o número de inscrições saltou das 350, média nos anos 90, para 2.000 nas edições de 2006 e 2007.

Nos anos 90, os passos do Jabuti continuaram sendo moldados: no lugar de um corpo de jurados voluntários, foi contratado um júri profissional, composto por professores e profissionais do mercado. Durante quatro meses, eles trabalham na avaliação das obras e não são identificados na mídia até a cerimônia de entrega do último prêmio (17 de setembro).

O resultado da eleição é convertido em benefício financeiro. As alterações também incluíram pagamento aos vencedores. Hoje, são distribuídos R$ 3 mil para os primeiros colocados e R$ 30 mil para o chamado “livro do ano” de ficção e não-ficção, pinçado entre os vencedores de cada categoria.

“Às vésperas dos 50 anos do Jabuti, a produção literária no Brasil está tão boa, a variedade de autores e editoras é tão grande, que o Prêmio até parece um catálogo”, opina José Luis Goldfarb, curador.

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