O conto A terceira margem do rio, de João Guimarães Rosa, em sua trajetória pública, propiciou a produção de obras artísticas em diversas linguagens. A partir da análise das transposições do conto à canção de Caetano Veloso e Milton Nascimento e, desta à instalação artística de Guto Lacaz, pretende-se verificar como cada arte mantém sua singularidade quando da ocorrência de uma tradução intersemiótica. A proposta deste estudo é, portanto, analisar as singularidades de cada linguagem artística diante de seus inter-relacionamentos com a literatura.
Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-graduação em Literatura
Este trabalho busca verificar nas apropriações, intertextos e interdiscursos das artes contemporâneas, como os recursos estéticos verbais e não verbais enriquecem as produções e ampliam a forma de se comunicar sentidos e alteridades. Na análise dos intertextos e das transposições de obras de linguagem verbal em obras de linguagem não verbal, pretende-se verificar como se realizam as acomodações aos recursos estéticos próprios de cada linguagem, sem se desfazer os vínculos com a obra original. O conto A terceira margem do rio, de João Guimarães Rosa, por ter influenciado a produção de diversas outras obras, é o ponto de partida deste estudo interartes. As diferentes expressões de alteridade na literatura e nas artes visuais, bem como os limites da linguagem visual em confronto com os limites da linguagem escrita para expressar sentidos e significados, são analisados a partir da transposição do conto de Guimarães Rosa para a canção de Caetano Veloso e, desta, para a instalação artística de Guto Lacaz. As três obras são homônimas, o que denuncia de imediato a ocorrência do intertexto. As questões de alteridade suscitadas pelas obras são averiguadas à luz dos estudos dos filósofos Emmanuel Levinas, Paul Ricoeur e Jacques Derrida. Ao final, por meio da análise de um caso concreto, este estudo pretende demonstrar como as transposições de linguagens artísticas podem ser incentivadas no ambiente escolar, a fim de proporcionar expressão artística e literária aos estudantes, partindo-se da leitura e interpretação de poemas.
O conto A terceira margem do rio, integrante da obra Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, relata um acontecimento extraordinário: um homem decide abandonar a família e o convívio social para ir viver indefinidamente dentro de uma canoa, no rio. Em sua trajetória pública, este conto influenciou a produção de diversas obras, como canção, cinema e instalação artística. Pretende-se, com este estudo interartes, verificar como os recursos estéticos verbais e não verbais enriquecem as produções artísticas e ampliam a forma de se comunicar sentidos e alteridades. Na análise dos intertextos e das transposições de obras de linguagem verbal em obras de linguagem não verbal, pretende-se verificar como se realizam as acomodações aos recursos estéticos próprios de cada linguagem, sem se desfazer os vínculos com a obra original. As diferentes expressões de alteridade na literatura e nas artes visuais, bem como os limites impostos à linguagem visual em confronto com os limites da linguagem escr