O artigo apresenta uma investigação sobre a influência da filosofia existencialista na construção de uma personagem da literatura brasileira. A personagem escolhida é Augusto Matraga do conto “A hora e vez de Augusto Matraga” da obra Sagarana de Guimarães Rosa. Através de uma pesquisa bibliográfica far-se-á a análise dessa influência na construção da personagem. Partindo do pressuposto que ninguém nasce pronto e acabado, e, que assim como o ser humano é um projeto em construção, a personagem Matraga traz em si características que muito a aproxima da filosofia existencialista. Observa-se que
Rosa estabelece um diálogo entre a literatura e filosofia. Tal fato vem reforçar a importância do conhecimento filosófico na compreensão da obra literária do autor. Ao mesmo tempo vê-se como pertinente que o professor de filosofia dialogue com os demais professores na tentativa da interdisciplinaridade, o que poderá ser muito produtivo na aquisição do conhecimento.
O presente trabalho pretende demonstrar a influência de Bakhtin na personagem Matraga, do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, da obra Sagarana, de Guimarães Rosa. Nessa perspectiva, nota-se que a obra literária de Rosa, nesse conto, dialoga com os estudos de Bakhtin em dois aspectos: na questão do cronotopos da estrada e na questão da carnavalização. Para tanto, revisitam-se os escritos bakhtinianos acerca da obra de Rabelais, assim como as explicações do Círculo a respeito do conceito de cronotopia e carnavalização.