This paper presents a corpus-based case study on the linguistic construal of armed conflicts on the parallel corpus Grande Sertão: Veredas and The Devil to Pay in the Backlands. Drawing on Halliday’s (1998) and on Pagano and Figueredo’s (2011) explorations of how human experiences are transformed into meaning through language, this study is designed to analyze the lexicogrammatical resources employed to construe the experience of conflict in Portuguese and in English. The results point to the experience of conflict being construed as a Participant in Material Clauses, characterized by being a permanent entity in the temporal axis and by being able to actualize Processes and to take part in different Processes. Moreover, the results indicate the Conflict is construed as a self-governing entity—configured as if it could start, develop, and end itself, independently from human beings involved.
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma análise dos usos dos pronomes pessoais “nós” e “we” em um corpus paralelo ficcional, composto pelos textos Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e sua única tradução para o inglês, The devil to pay in the backlands, de James L. Taylor e Harriet de Onís. A investigação busca entender como os pronomes são usados quando os contextos nos quais eles estão colocados implicam a construção de situações de conflito armado. O artigo busca dialogar com pesquisas que investigam o uso dos pronomes pessoais como Barbara e Gouveia (2004) e Maia (1998), e também estabelecer diálogos com trabalhos que tratam da construção de identidades e de conflito como Leudar, Marsland e Nekvapil (2004) e Brewer (2011). Metodologicamente, foi utilizada a ferramenta software AntConc, com vistas a realizar trabalhos de levantamento e filtragem de dados para a pesquisa. Dentre os resultados, destacam-se a frequência de elisão do pronome “nós” em português (88,7% dos casos levantados a partir do corpus são de usos elípticos, contra 11,3% de usos explícitos); destaca-se também o uso explícito, e anteposto ao verbo, do pronome “we”, em língua inglesa (96% das linhas analisadas se encaixam nessa situação) – o que condiz com a estrutura esperada para a língua inglesa. No que diz respeito à construção de identidades coletivas, os dados contrariam as expectativas iniciais da pesquisa, não sendo unânimes os usos em referência aos grupos aliados, tampouco as associações esperadas de prosódias semânticas positivas construindo os grupos identificados como aliados.