Esta proposta está alicerçada no Projeto de pesquisa “Poéticas da modernidade:
um olhar para a diferença”, em desenvolvimento neste ano de 2016, na UEMG (Unidade
de Carangola), sob a orientação de Lídia Maria Nazaré Alves e coordenação de
Alexandre H. C. Bittencourt. O tema deste artigo envolve duas formas de representa-
ções miméticas: uma tradicional, imitativa, outra moderna, produtiva. Pela primeira,
escreve-se o texto legível, buscando-se imediato entendimento do leitor; pela segunda,
escreve-se o texto ilegível, buscando-se a reflexão do leitor que se dará pelo esforço da
compreensão. Durante vários séculos, entendeu-se a literatura, a partir de uma leitura
equivocada de Aristóteles, como representativa da realidade. Sua escrita segue uma
sintaxe rotineira, cujo sentido pode ser encontrado no dicionário, um senão a tal tipologia
de escrita é a automatização do pensamento, contribuindo para a formação do
sujeito alienado. As modernidades entenderam que a literatura deveria servir-se de
sua matéria-prima, a palavra, produzindo nova realidade. Neste caso, a sintaxe seria
reorganizada, a fim de que o sentido fosse construído dentro do próprio texto. A sintaxe
seria utilizada, mas o seu sentido seria fruto da elaboração do escritor. Algo novo,
nascido a partir dos arranjos. Procedimento que promove a desautomatização do pensamento,
contribuindo para a construção do indivíduo crítico. Este artigo está desenvolvido
em torno de áreas de interesse do estudo da linguagem e da literatura. A op-
ção pela aplicação de conceitos linguísticos e literários à obra de João Guimarães Rosa,
justifica-se, porque o referido autor vem atraindo o olhar da crítica e de estudantes
de literatura, desde o surgimento de seus primeiros trabalhos. Consideravelmente,
grande parte dos trabalhos sobre a literatura rosiana volta-se para a peculiaridade de
seu manejo com a língua. Além disso, ecoamos nossa voz do Estado de Minas Gerais,
onde nasceu o escritor e nos sentimo
Esta proposta está alicerçada no Projeto de pesquisa “Poéticas da modernidade: um olhar para a diferença”, em desenvolvimento neste ano de 2016, na UEMG (Unidade de Carangola), sob a orientação de Lídia Maria Nazaré Alves e coordenação de Alexandre H. C. Bittencourt. O tema deste artigo envolve duas formas de representações miméticas: uma tradicional, imitativa, outra moderna, produtiva. Pela primeira, escreve-se o texto legível, buscando-se imediato entendimento do leitor; pela segunda, escreve-se o texto ilegível, buscando-se a reflexão do leitor que se dará pelo esforço da compreensão. Durante vários séculos, entendeu-se a literatura, a partir de uma leitura equivocada de Aristóteles, como representativa da realidade. Sua escrita segue uma sintaxe rotineira, cujo sentido pode ser encontrado no dicionário, um senão a tal tipologia de escrita é a automatização do pensamento, contribuindo para a formação do sujeito alienado. As modernidades entenderam que a literatura deveria servir-se